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cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR

N.º 8

JUNHO 2017

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Nesse sentido, o relatório sugere um conjunto de

boas práticas, das quais se destacam:

Estabelecer um entendimento claro sobre o

estado e pressões exercidas em ecossistemas

marinhos e costeiros particulares, avaliando a

probabilidade das AMPs poderem resolver estas

questões e identificando o conjunto de

stakehol-

ders

envolvidos.

Definir claramente a intenção e objetivos das

AMPs e o nível de proteção necessário para os

alcançar. Estes objetivos devem ser definidos a

nível operacional, de forma a serem específicos,

mensuráveis, concretizáveis, realistas e limitados

temporalmente e os seus indicadores devem ser

identificados de modo a permitirem avaliar se

estão ou não a ser cumpridos.

Estimar os custos e benefícios esperados das

AMP. Embora já existam estudos que avaliem os

custos e benefícios, no geral, a avaliação econó-

mica ainda não está disseminada e não está a ser

utilizada para ajudar a definir o

design

e imple-

mentação das AMPs.

Definir a localização das AMPs de forma mais

estratégica, no sentido de aumentar a eficiên-

cia económica e ambiental destas áreas. Deter-

minadas ferramentas de

software

, tais como a

Marxan ou MarZone, que auxiliam no

design

sis-

temático das áreas a proteger são já utilizadas

nalguns casos, mas a sua utilização pode ser dis-

seminada.

Desenvolver um plano de gestão da AMP, estabe-

lecendo uma base de análise e monitorizando os

dados ecológicos e socioeconómicos para aferir

tendências ao longo do tempo. Os desafios já

encontrados incluem falta de recursos humanos

e financeiros, de equipamento e infraestruturas.

Desenvolver estratégias de financiamento,

incluindo a identificação de necessidades de

financiamento e possíveis instrumentos atra-

vés dos quais se possam mobilizar recursos adi-

cionais. Nos casos em que os orçamentos dos

governos forem insuficientes para a gestão efe-

tiva da AMP, podem ser explorados outros ins-

trumentos tais como taxas de utilização, fundos

fiduciários (

trust funds

)

,

impostos sobre ativida-

des danosas à biodiversidade marinha e paga-

mentos por serviços providenciados pelos ecos-

sistemas, entre outros.