Cultivar_3_Alimentação sustentável e saudávell

Instrumentos de política para boas práticas agrícolas 113 Como contributo prático de suporte às decisões que o agricultor terá de tomar, sistematiza um con- junto de opções para práticas agrícolas a adotar que permitam reduzir as emissões de NH 3 , associa- das a níveis de eficácia em geral descritos como reduções percentuais em comparação com méto- dos de referência (sistema convencional). As áreas de intervenção recomendadas são detalhadas e orientadas à componente que no sistema em aná- lise mais contribui para a emissão de NH 3 (com vista a evitá-la) e, sempre que adequado, com diferen- ciação das práticas por tipo de produção animal (ruminantes, aves, suínos). Considerando que a realização de 30% de redução de amoníaco é em geral boa prática, o Código-Qua- dro para o Amoníaco recomenda várias práticas de níveis superiores de desempenho, resultantes de ações sobre uma única fonte ou de ações combi- nadas em diversas fontes na linha de produção - ver na tabela seguinte alguns exemplos sobre ganhos estimados de azoto (N) por alteração de práticas. Sendo os resultados a alcançar muito dependentes das condições de aplicação, nomeadamente das características locais serem mais ou menos favo- ráveis à volatilização do NH 3 e à retenção/lixivia- ção dos iões amónia (NH 4 + ) pelo solo, bem como Tabela: Exemplos de Boas práticas agrícolas e seu desempenho face a práticas convencionais Fonte de NH 3 Prática recomendada Redução de NH 3 Estabu- lação de bovinos Otimização da climatização do estábulo (isolamento do telhado e/ou ventilação natural contro- lada automaticamente) 20% Estábulos de bovinos de carne e de leite com "piso ripado" e lim- peza com raspadores "dentados" apropriados às ranhuras, as quais devem ser equipadas com perfu- rações para permitir a drenagem da urina. 25% e mais de 40% (dependente de frequência da raspagem) Armazena- mento de efluentes pecuários Cobertura rígida ou tampona- mento de tanques (chorume) ou nitreiras (estrume) 80% Substituição de lagoas por tan- ques abertos/cobertos 30-60% Armazenamento em recipientes fechados (bags) 100% Aplicação no solo de chorume e estrume líquido Com utilização de distribuidores em banda por “sapata de arrasto” 30-60% Com utilização de “injetores de profundidade” 90% Diluição ativa do chorume para uso em sistemas de rega [1 chorume : 1 água] 30% Uso de ureia como fertilizante Irrigar o campo após a aplicação de ureia (condicionada à disponi- bilidade de água) 40-70% Fonte: adaptado de Código-Quadro para o Amoníaco (tradução livre) Caixa: Técnicas de aplicação de chorume: injetores e distribuidores em banda Injetores: Reduzem as emissões de NH 3 por introdução do cho- rume abaixo da superfície do solo, diminuindo assim a área da superfície de chorume exposta ao ar e aumentando a infiltra- ção no solo. São geralmente mais eficazes para a redução da emissão de NH 3 do que os distribuidores em banda. Existem três tipos: • Injetores de superfície (ou de ranhura): estas ranhuras de corte fino (tipicamente de 4-6 centímetros (cm) de profundidade e 25-30 cm de intervalo) enchem-se de chorume ou de estrume líquido quando entram no solo. Habitualmente são mais usados em pastagens. Diferentes resultados de redução são alcançados consoante são utilizados injetores de corte aber- tos ou fechados. Os volumes de aplicação podem ser limita- dos pela dimensão das ranhuras. • Injetores de profundidade: aplicam chorume ou estrume líquido no solo a uma profundidade de 10-30 cm usando inje- tor de dentes espaçados cerca de 50 cm, ou mesmo de 75 cm de distância. Os dentes são frequentemente equipados com alhetas laterais para auxiliar a dispersão no solo e atingir ele- vadas taxas de aplicação. São mais adequados para uso em terra arável, devido ao risco de danos mecânicos em pasta- gens permanentes. • Injetores para culturas de solos aráveis: são acoplados a esca- rificadores de molas ou de dentes rígidos e para uso exclusivo em terras aráveis. Distribuidores em banda: Reduzem as emissões de NH 3 do cho- rume ou estrume líquido diminuindo a superfície de área de estrume exposta ao ar e o fluxo de ar sobre ele. A eficácia des- tes equipamentos pode variar consoante a altura das culturas. Existem dois tipos principais de equipamentos: •  Mangueiras de escoamento: chorume é descarregado ao nível do solo em pastos ou terras aráveis por meio de uma série de tubos flexíveis. A aplicação entre linhas para desenvolvimento de uma cultura arvense é viável. • Sapata de arrasto: chorume é normalmente descarregado através de tubos rígidos que terminam em "sapata" metálica projetada para se deslocar junto à superfície do solo, sepa- rando as culturas para que o chorume seja diretamente apli- cado na superfície do solo e abaixo da cobertura da cultura. Alguns tipos de sapata de arrasto são concebidos com ranhu- ras de corte da superfície do solo para ajudar à infiltração. Fonte: Código-Quadro para o Amoníaco (tradução livre)

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