Cultivar_3_Alimentação sustentável e saudávell

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 3 março 2016 108 apontava para os seguintes impactos genéricos dos sistemas alimentares modernos: • Maior produção alimentar do que em qualquer outro momento na história • Má distribuição (falta para uns, excesso para outros) • Maior pressão sobre os recursos naturais (água, solo e biodiversidade) • Alargamento da cadeia de valor (agroindústria) • 1/3 dos alimentos produzidos é desperdiçado Sobre estas matérias, valerá a pena equacionar, tal como faz a FAO, o que se passa no mundo, nomea- damente em países em desenvolvimento, onde importa referir que a experiência diz que quando existem carências de alimentos, não é evidente que o excesso produzido noutras regiões venha a col- matar tais deficiências, sendo necessária uma desa- gregação mais fina para uma análise correta das políticas a seguir. Importa portanto desencadear mecanismos que, tanto à escala mundial como europeia possam garantir, tanto em quantidade como em qualidade, a disponibilidade dos alimen- tos às populações, com os graus de exigência tão diversos de acordo com as situações específicas de cada caso, sendo evidente que a prioridade dada a cada um daqueles parâmetros é variável de acordo com o desenvolvimento de cada região. De facto, a evolução conceptual da agricultura sus- tentável que é desta forma descrita pela FAO, evi- dencia bem os caminhos distintos que existem ainda por percorrer pelas diferentes agriculturas existentes no mundo: Comentários: A experiência da Europa será diferente, nomeada- mente numa União Europeia que tem uma Política Agrícola Comum (PAC) que começou por integrar preocupações de garantir a segurança do abas- tecimento alimentar, tendo posteriormente infle- tido – no final dos anos 80 e começo dos anos 90 do século passado -, centrando-se agora priorita- riamente noutras áreas de intervenção, mais inte- gradas no processo evolutivo descrito pela FAO em fases mais avançadas. Estando Portugal integrado neste espaço europeu, será normal que as preocupações existentes este- jam alinhadas com as da PAC vigente, assentes em questões estruturais e multidisciplinares do papel da agricultura. No entanto, os desafios de carácter conjuntural são permanentes. Alguns com fortes impactos nos normais abastecimentos, pelo é sobre cenários deste tipo que o Planeamento Civil de Emergência tem trabalhado, tanto decorrentes de intervenção humana como decorrentes de catástrofes naturais. Nesta matéria, a principal fonte de doutrina exte- rior é a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Recentemente, por ocasião do Acordo de Lisboa de 2010, a NATO assumiu um novo Conceito Estratégico, intitulado ”Compromisso ativo, Defesa moderna”, vendo reforçada a sua componente de intervenção não militar. Embora a NATO seja per- cebida pela maioria das pessoas como uma orga- nização estritamente militar, engloba de facto uma estrutura civil – o Planeamento Civil de Emergên- cia –, que se viu reforçado face às lições da história mais recentes, em funções tais como: • Apoio civil às operações militares; Macro Micro Técnicas agrícolas Cadeia de valor Planeamento e políticas multifuncionais Gestão das terras Agro-ecologia Agricultura inteligente face ao clima Permacultura Gestão sustentável das terras Agricultura biológica Agricultura de conservação

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