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cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR

N.º 10

DEZEMBRO 2017

10

um conjunto de contactos espalhados pelo mundo,

com grande ligação a redes sociais e, por isso, com

uma vida global e digital

”, assim como uma grande

vontade de aprender, competências essas que são

reconhecidas pelos empregadores (embora ainda

nem sempre sejam convenientemente remunera-

das) e constituem um desafio para as empresas.

No artigo que o escritório da OIT em Lisboa, na pes-

soa de Mafalda Troncho, solicitou ao seu congénere

em Genebra, fala-se da necessidade de garantir

condições de trabalho dignas para os “

mais de mil

milhões de pessoas, cerca de um terço da mão-de-

-obra mundial, [que] trabalham no setor agrícola

.”

A partir da década de 2000, “

o importante papel da

agricultura na redução da pobreza foi traduzido nos

Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)

” e

reconheceu-se que “

não será possível alcançar os

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sem

uma forte aposta no desenvolvimento rural

”, con-

cluindo-se ainda que “

o crescimento agrícola tem

(…) um potencial significativo de contribuição para

o crescimento noutros setores económicos, mais do

que a indústria ou os serviços, e não só a jusante

(…), mas também a montante

”. Os desafios que a

economia rural tem pela frente em matéria de tra-

balho digno passam pela segurança e a saúde no

trabalho, a eliminação do trabalho infantil, a igual-

dade de género ou a liberdade de associação e

negociação coletiva. O artigo conclui, afirmando

que “

tendo em conta o aumento da procura mun-

dial de alimentos, o setor agrícola oferece oportuni-

dades de emprego inexploradas, sobretudo para os

jovens

”, embora precise de se modernizar, melhorar

a qualidade da oferta de emprego e responder aos

desafios que vão surgindo, como a alteração nas

relações de trabalho decorrente da externalização

”.

O artigo da equipa da Autoridade para as Condi-

ções de Trabalho (ACT) trata dos “

processos de

mudança tecnológica e organizacional acelerados

cujo impacto nas relações de trabalho e nas con-

dições de segurança e saúde de quem (…) traba-

lha merecem uma atenção especial

” e das ações

desenvolvidas nesse sentido. Começa por fazer

uma caracterização das novas relações de traba-

lho no setor, referindo as suas características estru-

turais e problemas mais significativos. Em seguida,

fala das competências da ACT no cumprimento da

legislação laboral, da formação dos seus inspeto-

res e respetivas metodologias. Refere ainda algu-

mas das suas principais intervenções, nomeada-

mente na implementação do

Plano Estratégico de

Ação para os Setores Agrícola, Pecuário e Floresta

(também apresentado na Secção III), mencionando

o caso particular dos tratores agrícolas, e conclui

reconhecendo que, embora tenha havido progres-

sos consideráveis, “

ainda há um longo caminho a

percorrer para eliminar os principais problemas que

afetam e dificultam o desenvolvimento do trabalho

digno na agricultura

.”

A fechar esta Secção, o GPP apresenta a estrutura

setorial do trabalho na economia portuguesa, uma

caracterização do trabalho agrícola (trabalho par-

cial, pluriatividade, plurirrendimento, estrutura etá-

ria, nível de educação, regiões) e a sua evolução.

Este documento permite verificar que a externali-

zação de atividades, que inclui “

a substituição do

trabalho à jorna por serviços ligados à agricultura

”,

que refere Domingos Ângelo, mas também a con-

tratação de seguros e de financiamentos bancários,

a candidatura a programas de apoios, a segurança

e a saúde no trabalho e as regras ambientais, para

Slide:

Vindima – transporte dos cachos

Região Demarcada do Dão.

Artur Pastor, s.d.

Coleção do acervo

do MAFDR