Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 38 aparecer no Alentejo, nas- ciam os vinhos engarrafa- dos que foram conquistando um publico novo que já não bebia 5 litros por dia (ao gar- rafão e nas tabernas). A isto somou-se uma diminuição na procura de mostos ou mesmo vinho que era com- prado (ilegalmente!) pelos produtores de vinho verde (grandes consumidores de vinho com muita graduação, graduação esta que faltava aos vinhos verdes). Foi com as primeiras fábricas de tomate aqui na região que nos anos 60 que se começou a trans- formar algumas terras de pastagem de sequeiro em regadio, o trigo de sequeiro foi também diminuindo a sua área e começou aqui um regadio muito com- petitivo para alimentar estas fábricas. Foi nos meados dos anos 80 que o milho de regadio deu os seus primeiros passos na conquista de terras de sequeiro. No nosso caso foi em 1980 que se ini- ciou a produção de milho de regadio. Iniciámos o arran- que do olival, que foi substi- tuído por milho de regadio. A necessidade de nivelamen- tos foi uma obrigação para a introdução da rega de gra- vidade. Esta transformação exigiu um grande esforço de inves- timento já que a nossa exploração é situada princi- palmente no espargal (aluviões antigos). Estas parce- las não eram planas, tinham uma orografia ondulada com muitas depressões e com pouca drenagem externa. Este regadio começou a revelar um incremento de rendimento, já que os cereais eram pagos a pre- ços fixos e tínhamos bas- tante rentabilidade apesar das baixas infra-estruturas existentes para a cultura (semeadores, ceifeiras, seca- dores e armazenagem). Foi muito rápida a percep- ção que este era o futuro para a nossa exploração. Fizeram-se dezenas de furos no subsolo onde um lençol freático abundante permitia bombagens com aspi- ração entre 3 a 5 metros de profundidade. Nesta fase o lençol freático de baixa profundidade não era pra- ticamente explorado, a colocação de bombas de rega nestes furos, (movidas a motor diesel ), podiam com muita facilidade produzir 20 a 40 m 3 / hora. Um dado curioso foi a vinda de milhares de motores a diesel em segunda mão do Algarve, que tinha come- çado um plano de electrificação dos seus pomares de laranjeiras nessa altura. Os consumos na rega de gravidade situavam-se na ordem de 10 000 a 12 000 m 3 /ha/ano. Uma rega de qualidade reduzida e que tinha a sua melhor eficácia nos aluviões modernos do vale do Tejo (o chamado campo da Golegã). Aí com facilidade poderíamos atin- gir produtividades de 6 a 10 toneladas de cereal por ha/ ano. Um furo com a sua respetiva bomba e motor diesel podia regar até 4 ha, em casos muito eficazes 6 ha. Necessi- tava de um trabalhador durante 3 meses para regar com a totalidade da água saída da bombagem, que se deslocava por regadeiras já feitas a trator (nal- guns casos por mulas na entrelinha do milho). Foi nessa altura que apareceu aqui na região uma nova tecnologia de rega denominada rega de canu- dos. Esta invenção atribuída a um barbeiro da Foi nos anos 70 que na nossa exploração começou o processo de intensificação desta agricultura, que começava a ter alguns problemas de rentabilidade... Foi a primeira incursão ao regadio, foram feitos alguns furos para a colocação de velhos motores a diesel que alimentavam um regadio deficiente, algumas vezes mais eficaz com a introdução da rega por aspersão móvel. Foi nos meados dos anos 80 que o milho de regadio deu os seus primeiros passos na conquista de terras de sequeiro. No nosso caso foi em 1980 que se iniciou a produção de milho de regadio. Iniciámos o arranque do olival, que foi substituído por milho de regadio. A necessidade de nivelamentos foi uma obrigação para a introdução da rega de gravidade.

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