Cultivar_5_Economia da agua

A gestão de uma exploração agrícola de regadio 39 Golegã (que não podia permanecer a totalidade do dia no seu campo), consistia em colocar uma manga de rega na perpendicular às regadeiras do milho e aplicava nesta, uns pedaços de cana para distribuir a totalidade da água por diversas saídas (regos) em simultâneo. Esta descoberta representou um salto qualitativo, não só na eficá- cia da distribuição da água, como na redução drástica de mão de obra por hec- tare. Passou-se a poder ter um trabalhador para vários motores e podia o mesmo motor passar a regar durante a noite (quando anterior- mente o motor só traba- lhava durante as horas do trabalhador). Distribuía-se uma pequena quantidade por rego e durante várias horas a água ia avançando no terreno e infiltrando-se em simultâneo. Pelos nossos cálculos na altura poder-se- -iam aplicar cerca de 60 a 100 mm por rega. Con- soante o número de linhas e a textura do terreno tínhamos que voltar a aplicar novamente água 4,6 ou 10 dias entre regas. Havia nesta altura uma grande heterogeneidade de resultados obtidos, con- soante o nivelamento, o tipo de solo e a perícia do agricultor. Nesta fase os secadores eram baseados no sistema de secagem do arroz (presente na região), com tulhas fixas onde o calor proveniente da queima de lenha atravessava o cereal para o reduzir a 14% de humidade para ser comercializado na altura pela EPAC. Todo o enchimento, como a retirada do milho, era feito à mão por dezenas de trabalhadores. A seguinte revolução foi o aparecimento na região da Agromais e Agrotejo, cooperativa e associação de agricultores que alterou por completo o panorama agrícola de todo o norte do Vale do Tejo. A primeira campanha de secagem coletiva foi feita no ano 1987. Nessa altura já muitos agricultores começavam a comprar secadores semimóveis, de marcas Italianas, que já começavam a automatizar o processo de secagem, tinham “sem-fins” para o enchimento e descarga do cereal. Mas a maior revolução, para o avanço do regadio de qualidade, foi a organiza- ção coletiva da eletrificação de grandes áreas aqui na região. Foi o primeiro grande sucesso da Agrotejo. Com a candidatura ao PEDAP em 1986 (um dos grandes pro- gramas coletivos de inves- timento em infra-estrutu- ras agrícolas da pré-adesão à CEE), centenas de agricul- tores tiveram a possibilidade do acesso à energia eléctrica à entrada das suas parcelas, sem qualquer comparticipa- ção. Tínhamos que suportar somente o custo den- tro da parcela. Substituíram-se os motores a diesel , muito ineficientes e pouco automatizados, por ele- trobombas modernas. Grandes avanços se fizeram na eficácia e nos custos da rega. Podíamos agora ter electrobombas de muito boa eficácia, com avarias e manutenção muito baixas e isto fez toda a dife- rença no sucesso das explorações que aderiram ao projecto. Constatamos hoje, que nas zonas onde os agricultores não se associaram a esta eletrificação, muitos acabaram por vender as suas propriedades. Esta é uma verificação da influência das diferentes formas de gestão da água. A adesão à CEE, provocoumuitas alterações nas rela- ções comerciais. A criação da Agromais veio substi- tuir a Epac com muito melhor eficácia em toda a logística da secagem armazenamento e comercia- lização do milho. Os apoios à concentração dos cereais, foram realmente usados para o seu fim e A maior revolução, para o avanço do regadio de qualidade, foi a organização coletiva da eletrificação de grandes áreas aqui na região. Foi o primeiro grande sucesso da Agrotejo. Com a candidatura ao PEDAP em 1986 … centenas de agricultores tiveram a possibilidade do acesso à energia elétrica à entrada das suas parcelas, sem qualquer comparticipação. Tínhamos que suportar somente o custo dentro da parcela. Substituíram-se os motores a diesel, muito ineficientes e pouco automatizados, por eletrobombas modernas. Grandes avanços se fizeram na eficácia e nos custos da rega.

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