Cultivar_5_Economia da agua

37 A gestão de uma exploração agrícola de regadio JOÃO COIMBRA Agricultor A nossa exploração é um caso típico do processo evolutivo da agricultura no Vale do Tejo. Esta exploração sofreu todos os passos que a reti- rou do sequeiro ribatejano, constituído por vinha e olival, para terras aráveis aptas para cereais e hortí- colas de regadio. Foi umprocesso que na nossa região levou cerca de 30 anos. Interessante pensar como pode a região do Alqueva abreviar esta transição, pois tem pela frente um desa- fio muito semelhante: passar do sequeiro alentejano para diversas culturas de regadio. Nos anos 70 o Ribatejo vivia principalmente da vinha para venda de vinho a granel de baixa qualidade que alimentava uma população que tinha consumos de grande quantidade e pouca qualidade. Também o olival tradicional, muito bem adaptado às regiões denominadas de espargal e bairro de Santarém, era a fonte de riqueza de toda esta região. Foi nos anos 70 que na nossa exploração come- çou o processo de intensificação desta agricultura, que começava a ter alguns problemas de rentabi- lidade. A passagem da revolução de 1974, asso- ciada a grande inflação monetária, condicionou e muito a rentabilidade das explorações. No olival extremamente antiquado, com árvores centenárias com densidades muito baixas, começou a tenta- ção de incrementar a rentabilidade unitária através do regadio associado ao pastoreio. No nosso caso, com a estabulação de bovi- nos que se alimentavam de forragens provenientes das entrelinhas do velho olival. Foi a primeira incursão ao regadio, foram feitos alguns furos para a colocação de velhos motores a diesel que alimentavam um regadio deficiente, algumas vezes mais eficaz com a introdução da rega por aspersão móvel. Estas forragens foram responsáveis pelo aumento de riqueza gerada nas parcelas, o próprio olival beneficiou com o acesso a esta água. Com o aumento do custo da mão de obra, base de todos os trabalhos de podas e colheita, a vinha e o olival começaram a ter muita dificuldade em ser competitivos. A qualidade dos vinhos, começava a O Ribatejo vivia principalmente da vinha para venda de vinho a granel de baixa qualidade que alimentava uma população que tinha consumos de grande quantidade e pouca qualidade. Também o olival tradicional, muito bem adaptado às regiões denominadas de espargal e bairro de Santarém, era a fonte de riqueza de toda esta região.

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