Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 54 húmidos do centro da Europa, como por exemplo a Holanda, o regadio seja de primordial importância para garantir a competitividade da agricultura. A relevância do regadio no setor da água é bem conhecida, porque é o maior utilizador a nível nacional com uma quota-parte de 80% do volume total anual de água utilizado no país. Segundo dados da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de 2012, são utilizados anualmente pelos dife- rentes setores de actividade 4.200 hmË, cabendo à agricultura 3.400 hmË. De sublinhar que em 10 anos o volume utilizado de água sofreu um forte decréscimo, de 7.500 hmË para os referidos 4.200 hmË, o que é bem demonstrativo do esforço que todos os setores têm feito no sen- tido de utilizarem a água de forma mais eficiente. Apesar de no Plano Nacional da Água (PNA) 2002 se estimar que as disponibilidades hídricas anuais são da ordem de 46.000 hmË, representando assim a fração utilizada apenas 9,1% do total e no caso da agricultura 7,4% (Gráfico 2), importa proceder ao seu uso de forma racional e equilibrada, visto que essa aparente abundância esconde uma realidade bem distinta entre as diferentes regiões do país e os sucessivos anos hidrológicos. O uso eficiente da água é imperativo, como boa prática por razões ambientais, sociais e económi- cas face aos elevados custos energéticos inerentes às situações, cada vez mais generalizadas no rega- dio, em que há recurso a bombagem na captação e distribuição. 1 Como se pode observar na Figura 1, a maior parte do território nacional, devido à irregularidade e nalguns casos à insuficiência da precipitação nos meses mais quentes, impõe-se a construção de infraestruturas de armazenamento, em especial barragens, para possibilitar não só a rega das cultu- 1 Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos Gráfico 2 – Consumos e disponibilidades hídricas em Portugal (hm 3 e %) Precipitação (mm) para o ano médio (1940 a 1997) Figura 1 – Distribuição geográfica da precipitação em Portugal (Fonte: SNIRH 1 ).

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