Cultivar_5_Economia da agua

CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 5 SETEMBRO 2016 44 Alterámos as técnicas de prescrição de rega pelo his- tórico das evapotranspirações, isto é, no passado repúnhamos a água que as plantas tinham utilizado na semana anterior, agora estamos a faze-lo com base nas necessidades dos pró- ximos dias. Baseamos esta alteração na grande melho- ria das previsões meteoroló- gicas de precisão que hoje atingem graus de eficácia assinaláveis nos próximos 4 a 6 dias. Esta diferença de abordagem vai ao encon- tro da necessidade urgente que todos nós temos de adaptação às alterações climáticas. Estamos a oti- mizar as fórmulas dos modelos da FAO para a deter- minação das mudanças de fase do ciclo fisiológico das plantas (coeficiente cultural-Kc), transformamo- -las em somatórios de graus dias (gdd). Esta nova abordagem está relacionada com as grandes dife- renças de clima de um ano para outro, que nos levava a erros de prescrição de rega. Agora pode- mos saber realmente qual o estado fisiológico com precisão de um dia e prever a data do início da flo- ração de forma exacta, isto leva-nos a poder acertar com muito maior rigor nas necessidades reais das plantas e assim podermos potenciar ainda mais as limitações nas produções. Com o tratamento e análise das imagens aéreas, estamos a modular a resposta aos aumentos de densidade das plantas, assim como a incrementar as dotações de rega acima das necessidades dos modelos, para ter a certeza da validade das nossas prescrições e levar o potencial genético das plantas ao seu máximo. O resultado tem sido muito promis- sor, pois começamos a estudar a relação dos fatores que levam ao rendimento em todas as fases do ciclo das plantas e aí identificarmos perdas durante todo o ciclo. Temos a consciência que geneticamente as sementes utilizadas, têm um potencial de 26 a 28 toneladas por hectare, o que nos leva a pensar que podemos com a agricultura de precisão conquistar parte deste potencial. Por último, estamos a implementar uma plataforma de gestão total para a energia e água. Pretendemos que todo o ciclo de prescrição, planeamento, aplica- ção real e desvios ao plano assim como o controlo da respetiva faturação da ener- gia, sejam totalmente auto- máticos. Será implementado um sistema de alarmes para detetar anomalias ao longo de todo o processo. Pensa- mos que desta forma o fac- tor água e energia pode ser potenciado ao seu mais alto nível de produtividade. Conclusões Na nossa opinião este exemplo de políticas públi- cas bem direcionadas, juntamente com a criação de organizações de produtores altamente profissionali- zadas, alteraram radicalmente uma região. As possibilidades de um regadio eficiente com uma drenagem eficaz, vão preparar explorações para as adaptações às alterações climáticas. A energia é um dos factores limitantes no nosso modelo de agricultura de regadio. Consideramos fundamental o apoio à construção de parques foto- voltaicos para podermos tornar as explorações autó- nomas em termos energéticos e reduzirem as suas emissões de CO2. Explorações competitivas e sustentáveis, são a melhor forma de responder ao mercado globa- lizado. Este regadio é a chave para a elasticidade nas escolhas das culturas que em cada momento podem responder às solicitações do mercado. A rastreabilidade associada a práticas responsáveis que preservem o potencial dos solos assim como a biodiversidade são fatores fundamentais para encararmos o futuro com esperança numa agricul- tura competitiva e sustentável a nível económico ambiental e social. Alterámos as técnicas de prescrição de rega pelo histórico das evapotranspirações, isto é, no passado repúnhamos a água que as plantas tinham utilizado na semana anterior, agora estamos a faze-lo com base nas necessidades dos próximos dias.

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