Cultivar_4_Tecnologia

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 4 JUNHO 2016 14 nossas economias produzem e que podem ser reci- clados. Por exemplo, uma produção de biomassa mais sustentável e mais eficiente em termos de recur- sos permite garantir a segurança alimentar com uma pegada ecológica mais reduzida, fornecendo simultaneamente matérias-primas para produtos de base biológica que podem tornar a economia industrial mais sustentável e reduzir a sua depen- dência dos combustíveis fósseis. Este potencial da biomassa também pode ser desenvolvido através do aumento sustentável da produtividade do solo, sem degradação do ambiente, e através da otimi- zação das tecnologias de transformação. As zonas rurais e costeiras são a principal fonte de alimentos e a grande reserva de recursos natu- rais da Europa. Desempenham assim um papel importante na gestão e utilização sustentável des- ses recursos e na oferta de produtos alimentares, bens públicos e serviços, proporcionando à socie- dade no seu conjunto benefícios de longo prazo. No entanto, estas zonas são simultaneamente afe- tadas por inúmeras transformações demográficas, económicas e sociais, como a urbanização, a deserti- ficação, a deslocalização empresarial e o envelhe- cimento da população. O desafio é como desenvol- ver uma ligação terra-mar adequada, que promova o desenvolvimento econó- mico, os serviços ambien- tais e a inovação empre- sarial, nomeadamente nas PME, reduzindo ao mesmo tempo a pegada de car- bono, o consumo de energia e a produção de resí- duos. Por outro lado, o aumento da urbanização e da habitação nas cidades, em paralelo com o desenvolvimento tecnológico, criam desafios equi- paráveis para que novos tipos de agricultura urbana possam fornecer alimentos seguros e nutritivos para todos. Para concretizarmos a bioeconomia que queremos ter na Europa, temos de fazer escolhas e agir agora. Esta área está a evoluir muito rapidamente noutras regiões do mundo, com grandes investimentos por parte de países como a China, os EUA, o Brasil e muitos outros. Se nós, na Europa, queremos ter uma palavra a dizer sobre o percurso dessa evolu- ção, temos de desempenhar um papel central em matéria de investigação e inovação neste domínio. A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo e construí-lo – e a única maneira de o fazermos é fazê-lo juntos. O apoio da UE à investigação e inovação na bioeconomia Entre 2007 e 2013, o 7º Programa-Quadro de Inves- tigação e Desenvolvimento Tecnológico financiou 522 projetos na área da bioeconomia. Desses, 109 projetos incluíram 65 parceiros portugueses, o que revela um muito bom nível de participação. Hoje em dia, através do programa Horizonte 2020 (2014-2020) que tenho o privilégio de gerir, a Comis- são Europeia apoia a inves- tigação e a inovação na bioeconomia, não só para enfrentar os desafios dos diferentes setores e cadeias de valor, mas também para garantir a competitividade futura. Com um orçamento de 3,8 mil milhões de euros entre 2014 e 2020 (Desafio Societal 2), o Horizonte 2020 ajuda a dar à Europa uma base sólida que possa suportar a segurança alimentar, a reserva de recursos naturais e um crescimento sustentável, através da adaptação e da inovação que permitam encontrar alternativas … o Horizonte 2020 ajuda a dar à Europa uma base sólida que possa suportar a segurança alimentar, a reserva de recursos naturais e um crescimento sustentável, através da adaptação e da inovação que permitam encontrar alternativas flexíveis e eficientes para a nossa economia ainda baseada nos combustíveis fósseis.

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