Cultivar_10_Trabalho na agricultura e as novas tendências laborais

A necessidade aguça o engenho (ou Como o setor agrícola vai tentando resolver os seus problemas) 49 nibilidade para satisfazer a sazonalidade do traba- lho agrícola pode ser determinante . A qualificação necessária só será elemento crítico no curto prazo. De qualquer modo, esta concentração de proximi- dade pode aproveitar a fácil mobilidade no territó- rio para utilizar formas de trabalho a tempo parcial, a pluriatividade e o trabalho à distância. Para resolver o problema da falta de recursos de trabalho, a solução muitas vezes equacionada de organização do processo produtivo é a mecani- zação; para além de asso- ciada ao ponto crítico do financiamento, entronca noutro elemento crítico que é a dimensão física e eco- nómica da exploração de que resulta uma área crítica da gestão que é a da utilização eficiente do equipa- mento. A prestação de serviços pode ser a solução, caso não seja bloqueada pela não disponibilidade do fator trabalho. Outra área crítica é a regulação como fator de limita- ção: condições que podem ser inibidoras do acesso ao setor; benefícios que são apropriados pelos já instalados e que dão poder de renda. Do mesmo modo, a rigidez na utilização do solo em zonas qualificadas numa perspetiva ambiental pode ter efeitos contrários em termos da permanên- cia da atividade agrícola. A favor do encontro de soluções está a especiali- zação de atividades na exploração e nas regiões. Este é um elemento facilitador para a prestação de serviços e, principalmente, para a permanência de pessoas e de explorações centradas nas zonas com maior aptidão agrícola, natural ou construída pelo homem. Quer uma quer outra são elemen- tos que contribuem para a existência de empresas de prestação de serviços com mercados específi- cos na sua área de ação. Quem fica para seguir em frente, lutando, afasta-se de um modo de vida para viver outro, reconfigurando o espaço, criando novas interdependências. Concluindo, a área crítica resultante das mudanças será a própria existência de explorações agrícolas em determinados espaços rurais. O quadro de aban- dono da exploração agrí- cola faz com que reste ape- nas a terra e a figura do proprietário da terra. Se não consegue vender ou arrendar o que se pode esperar? Não conseguindo repor o quadro anterior que levou ao abandono, ficará obrigado ao papel de gestor de espaço flo- restal ou potencialmente florestal. Ficará ele sujeito a procedimentos de gestão adequada da floresta que implementará numa missão com custos anuais (técnicos e de regulação) e proveitos associados a elevadíssimos riscos (com forte probabilidade de terem valor próximo de zero) a prazos de uma, duas ou três gerações conforme as espécies (não valendo a pena sequer calcular o valor presente de tais proveitos)? A existência de capacidade de prestação de serviços poderá resolver os proble- mas, em termos técnicos, através da execução das tarefas apropriadas, mas como atuar face às ques- tões críticas de índole financeira, de tesouraria e, enfim, do valor económico da produção a obter no novo espaço? Outra área crítica é a regulação como fator de limitação: condições que podem ser inibidoras do acesso ao setor; benefícios que são apropriados pelos já instalados e que dão poder de renda. A existência de capacidade de prestação de serviços poderá resolver os problemas, em termos técnicos … mas como atuar face às questões críticas de índole financeira, de tesouraria e, enfim, do valor económico da produção a obter no novo espaço?

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