CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

93 No gráfico 2 apresenta-se a evolução dos preços alimentares no produtor, indústria e consumidor, corrigidos do efeito da inflação 4 . Po- dem-se destacar dois períodos: o período 2005- 2009 em que os preços dos bens alimentares refletiram, essencialmente, a evolução dos pre- ços do conjunto da economia e o período a partir de 2010 em que o crescimento dos preços dos bens alimentares foi inferior ao do conjunto da economia em toda a cadeia de abastecimen- to alimentar , o que é mais facilmente visível em termos das tendências captadas pelas médias móveis de 12 meses. Saliente-se que em 2013, os preços no produtor apresentaram um cresci- mento superior à inflação, o que não se manteve em 2014. 4 Permite evidenciar os movimentos de preços alimentares que não se devem à alteração média da economia Gráfico 2 - Índices de preços reais dos bens alimentares no produtor, indústria e consumidor (Rácio entre os Índices de preços e os Índices de preços no consumidor -total 100 110 120 130 140 80 90 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 140 120 130 110 100 90 80 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Preçodosbensagrícolasnoprodutor Preçona indústriaalimentar Preçodosprodutosalimentaresnoconsumidor Preço dos bens agrícolas no produtor Preço na indústria alimentar Preço dos produtos alimentares no consumidor Fonte: GPP, a partir de INE Índices de preços e de custos de produção no sector agrícola Até 2011, o preço de venda no produtor não acompanhou o crescimento dos custos neces- sários à sua produção, em particular os bens de consumo corrente que apresentaram um cresci- mento muito acentuado. De facto, entre 2005 e 2011, o preço de venda no produtor cresceu 1,5% em média anual, enquanto os custos associados à produção cresceram respetivamente 5,1% e 2,6%, nos bens de consumo corrente e de inves- timento. Este diferencial de crescimento é, parti- cularmente evidente a partir de meados de 2007, em virtude do aumento do preço do petróleo e de matérias-primas agrícolas e traduziu, certa- mente, numa diminuição das margens ligadas à produção. Contudo, a partir de 2012, esta tendência in- verteu-se com o preço à produção a crescer mais que os preços dos consumos intermédios. Este sinal positivo não se manteve em 2014, em que ocorreu novamente uma degradação dos preços na produção face ao preço dos consumos intermédios em 2014 (-6,9% na produção e -2,0% nos consumos intermédios). Os principais custos de produção, em particular os alimentos para ani- mais e energia, diminuíram a par dos preços dos cereais e do petróleo no mercado mundial, con- tudo insuficiente para compensar a diminuição do preço de venda dos produtos agrícolas.

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