CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

87 apresente um grau de autossuficiência em azeite superior a 100%. No entanto, em 2014/2015, e apesar dos novos olivais em início de produção, as condições climá- ticas adversas e os graves ataques de mosca e gafa deverão conduzir a uma queda da produção de sensivelmente 20% face à campanha anterior, interrompendo-se assim um ciclo de aumentos sucessivos na produção de azeite. Do total da produção de azeite em território nacional, atualmente 60% é proveniente da regi- ão do Alentejo. A restante produção distribui-se pelas regiões agrárias de Trás-os-Montes (18%), Beira Interior (7%), Ribatejo e Oeste (7%) e Beira Litoral (6%). O azeite representa no mercado interno apro- ximadamente 30% das vendas em volume e 35% das vendas em valor do mercado “azeites e gor- duras” 1 . O preço do azeite apresentou durante o ano 2014 cotações mais elevadas face ao ano anteri- or, o que não pode deixar de ser relacionado com a quebra de produção acentuada no maior pro- dutor europeu, a Espanha, oscilando as cotações entre 4,50€ e 5,00 €/l para o azeite extra virgem. O comportamento das exportações tem sido assinalável neste setor emPortugal, oquartomaior produtor da UE, a seguir à Grécia, Itália e Espanha. Apesar dos dados disponíveis serem ainda provi- sórios, no ano de 2014, as exportações de azeites virgem extra e virgem aumentaram cerca de 50% em volume e 30% em valor face ao ano preceden- te. Este facto resulta diretamente do acentuado incremento da produção nacional, registado na campanha 2013/2014 (55%, em relação à campa- nha anterior). Em valor, o excedente comercial no segmento azeite quase triplicou face a 2013, atin- gindo o montante de 140 milhões de euros. O principal destino das exportações de azei- te continuou a ser o Brasil, com 50% do total das exportações deste produto em 2014, seguido de Espanha com 28 %. As importações, em 2014, ti- veram como origem quase exclusiva o mercado espanhol. Cereais O ano 2014 fica marcado pelo recorde de pro- dução mundial de cereais e também na União Eu- ropeia (UE). Esse aumento de produção mundial permitiu continuar a consolidação de stocks mun- diais, o que teve reflexos nas cotações das princi- pais commodities e nos preços pagos à produção. Os preços em Portugal desceram em média 3,4% face a 2013, o que em larga medida explica a redu- ção de 4% que o INE estima para o valor da produ- ção de cereais em 2014. Embora as áreas com cereais de outono in- verno se tenham mantido semelhantes às do ano anterior, as condições climáticas favoráveis que se verificaram praticamente durante toda a cam- panha, levaram a um aumento generalizado de produtividades em 2014. A produção de cevada fi- xou-se no limiar das 35.000 t e o total da produção de trigo subiu para cerca de 85.000 t. No que se refere aos cereais de primavera-ve- rão, a situação foi diversa, tendo as condições me- teorológicas levado a uma redução das áreas quer de milho quer de arroz. No caso do milho, apesar da redução da área semeada (quebra de 10% face à campanha ante- rior) e das dificuldades durante a colheita provo- cada pelo excesso de precipitação, foi possível, devido às boas práticas culturais e utilização das variedades mais adequadas, obter um bom rendi- mento levando a que a quantidade obtida tenha estabilizado em comparação com a campanha an- terior, com o milho a manter a superação das 900 mil toneladas atingidas em 2013. No caso do arroz, pelo contrário, para além da redução da área (5%), registou-se também uma redução da produção (10%), reflexo de excesso de precipitação, comum às épocas de sementeira e de colheita. Na zona do Mondego as fortes chuva- das de setembro, para além da acama das varie- 1 Euromonitor Oils and Fats

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