CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

55 de força não árabe da região) – como o principal obstáculo a um diálogo do Irão com os parceiros ocidentais no Sexteto, sem no entanto ser alter- nativa para a gestão de vários, e todos eles sendo de alta sensibilidade, daqueles parâmetros. A presença da China nesse Sexteto é entretan- to significativa, não apenas porque é a pertença daquele país ao Conselho de Segurança a razão de tal presença, mas ao colocá-la na resolução de um problema da “Ásia ocidental”, na leitura continen- tal – não passando apenas ou sobretudo por uma perceção, a europeia e ocidental, do conti- nente asiático a partir dos seus litorais e ma- res que o rodeiam– que a China, muito obvia- mente, pela sua histó- ria e geografia, faz da Ásia. A crescente influ- ência chinesa na Ásia Central, no Afeganis- tão, há longos anos já no Paquistão, configura elementos novos, ou reiterados – como seja a sede chinesa por fontes de energia no Médio Oriente, procurando reencaminhar o trânsito desses hidro- carbonetos para Oriente, em detrimento da Euro- pa, como procura igualmente fazer naÁsiaCentral; e como o faz hoje ativamente na Rússia – caben- do aqui acentuadamente anotar ser a China, deste ponto de vista, e dos equilíbrios de poder globais, quem sai, e muito particularmente, vitoriosa do conflito entre oOcidente e Moscovo. O “pivot” asi- ático da Rússia tem sido porém considerado quase como incidental, não se compreendendo até que ponto o atual distanciamento da Europa ocidental e da Rússia pode ter efeitos a médio e longo prazo, para uns e outros, e na configuração global. Incon- sequência e voluntarismo fazem afinal com que se perca sofisticação na apreciação da complexidade das situações – simplificadas, “alinhadas”, por uma retórica pouco sábia. Chegados aqui, e antes de adiantar mais sobre a China, há que atentar noOcidente, conceito que se substituiu ao de Europa, em termos de referên- cia cultural, no termo da guerra civil europeia de 1914-1945. A natureza global que tal guerra logo ganhou, na Grande Guerra de 1914-1918, abriu as portas – escancaradas com a II Guerra Mundial de 1939-1945 – ao vetor atlântico. O fim do Império Britânico agudizou a situação, com efeitos no desenho e cons- trução do “projeto eu- ropeu” – nele nunca tendo a Grã-Bretanha tido ou aparentemen- te querido ter um pa- pel de protagonismo, mantendo-se todas as idiossincrasias de uma potência marítima, na relação com a Alema- nha, com a Rússia, ou com a Argentina, ou com a China. E com os EUA, bem entendido. E há quem considere que aquele “projeto” só hoje no fundo faria real sentido se orientado, em quase simbiose com a NATO, para o vetor da relação transatlânti- ca. A negociação doTTIP 1 é elemento desse ponto de vista considerado essencial. Contudo, valeria a pena ponderar a questão numa sua outra verten- te, a global, a única em que ganha todo o sentido, no modo como a China encarará uma situação em que uma conjugação do TTIP e do TPP 2 consagre regras para o comércio internacional na formação e formulação das quais aquele país não foi ouvi- do, porque a afirmação desse regime quase segu- ramente irá ali ser visto e considerado como, mais do que abusivo, na sua “unilateralidade”, como […] valeria a pena ponderar a questão […] no modo como a China encarará uma situação em que uma conjugação doTTIP e doTPP consagre regras para o comércio internacional na formação e formulação das quais aquele país não foi ouvido, porque a afirmação desse regime quase seguramente irá ali ser visto e considerado como, mais do que abusivo, na sua “unilateralidade” […] tendo, eventualmente, para isso o apoio da Rússia. 1 TransatlanticTrade and Investment Partnership 2 Trans-Pacific Partnership

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