CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

27 Um balanço do uso das matérias- ‑primas utilizadas na produção de Biocombustíveis, em Portugal Fernando Bianchi de Aguiar Consultor da Unidade de Biocombustíveis, Galp Energia Introdução Umdos objetivos assumidos pelaComissão Europeia coma introdução dos biocombustíveis foi, des- de 2003, para além das implicações ambientais, a criação de novas oportunidades para um desenvolvi- mento rural e industrial sustentável na Comunidade, abrindo um novo mercado para produtos agrícolas e resíduos, reduzindo a dependência energética de combustíveis fósseis importados. Estes três vetores têmdeterminado as políticas mundiais de introdução dos biocombustíveis no setor dos transportes: (1) as questões ambientais , fruto dos alertas constantes dos relatórios dos grupos de trabalho do Painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC) que apontam a responsabilidade das alterações climáticas a causas antropogénicas entre elas o aumento de concentração do CO 2 e ou- tros gases com efeito de estufa (GEE), (2) a importância da atividade agrícola na criação de emprego e rendimento comum impacte relevante no desenvolvimento rural – o exemplo do Brasil é umparadigma deste vetor pela introdução pioneira do etanol como combustível (puro ou emmistura coma gasolina) na década de 70 (crise do petróleo, programa Proálcool) e, por último, (3) a segurança energética, ao pro- mover a produção local de um combustível alternativo, reduzindo a dependência de fontes externas. A sua importância relativa varia, contudo, de país para país, seja pelos compromissos assumidos inter- na e externamente em relação às metas de redução de GEE, seja pela maior ou menor disponibilidade de matérias-primas endógenas e o seu impacte nas atividades agrícolas e florestais ou, ainda, pela importân- cia que poderá ter a redução da dependência energética externa, no seu contexto geoestratégico.

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