CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

9 Estas quatro análises permitem apresentar uma perspetiva da interdependência crescente da pro- dução agroalimentar e dos mercados globais. Com efeito, continua a existir uma lógica local, regional e nacional, que se vai integrando em blocos geográficos crescentes, mas, igualmente, existem repercus- sões de sentido inverso, isto é, da lógica mundial nos mercados locais. As oportunidades e os desafios desta globalização requerem estratégias, quer ao nível empresarial, quer ao nível das políticas públicas, não só para tirar partido de um mercado mais vasto, mas também para garantir uma regulação, que forneça um enquadramento de confiança para uma área tão sensível como é o caso da produção e co- mércio agroalimentar. Assim, nos anos mais recentes e previsivelmente no futuro, voltam a colocar-se desafios resultantes da incerteza/risco sobre os rendimentos agrícolas, a garantia de abastecimento dos consumidores, o poder de compra das populações commenores rendimentos e, em consequência, a um enfraquecimen- to da ação dos Estados nacionais ou mesmo a uma tensão entre blocos geográficos. Mesmo tendo em conta a reformulação dos pagamentos diretos e inclusão de instrumentos de ges- tão de risco na recentemente reformada política agrícola comum (PAC) para o período 2014-2020, e a possibilidade se gerar um novo impulso, a partir do segundo semestre do ano nas negociações da agen- da Doha, a volatilidade pode ser vista não só como uma falha no funcionamento dos mercados, cuja cor- reção será um dos objetos a privilegiar nas futuras políticas agrícolas (levando a discutir medidas como ajudas desligadas, ajudas/impostos contra cíclicos, seguros, mercados de futuros, reservas de abasteci- mento), mas também como uma questão política num sentido mais amplo.

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