Cultivar_28

Os números do Recenseamento Agrícola 2019 75 viam atividade na agricultura saiam para outros setores com maior capacidade de atração, quer pelos melhores rendimentos, quer por melhores condições globais de trabalho e o desenvolvimento da atividade agrícola em Portugal com a mecanização e modernização tecnológica têm contribuído para uma redução substancial de necessidade de mão-de-obra. Este efeito é demonstrado igualmente pelos níveis de produtividade do trabalho da agricultura em algumas regiões onde predominam as explorações de agricultura familiar de pequena dimensão. Estes níveis são muito pouco competitivos quando comparados com a média da economia e, por isso, têm muito pouca capacidade de assegurar rendimentos atrativos, sendo mais um fator para dificulGráfico 41 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal 1989-2019 Fonte: GPP, a partir de RA 1989 a 2019 e IEEA 1993 a 2016 41 Fonte: GPP, a partir de RA 1989 a 2019 e IEEA 1993 a 2016 Gráfico 41 – Evolução (em índice 100=1989) da mão-de-obra familiar e não familiar em Portugal 1989-2019 Fonte: GPP, a partir de RA 1989 a 2019 e IEEA 1993 a 2016 O decréscimo da mão-de-obra agrícola, no período entre 1989 e 2019, traduziu-se numa quebra acentuada no peso desta relativamente ao total da população residente. Em 1989, a mão-de-obra agrícola representava 15,6% da população residente, um valor muito elevado quando comparado com outras economias mais desenvolvidas, baixando para apenas 6,3% em 2019 (Gráfico 42). Assim, o próprio normal desenvolvimento socioeconómico dos territórios leva a que, naturalmente, uma proporção considerável das pessoas que desenvolviam atividade na agricultura saiam para outros Gráfico 42 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em Portugal 1989 a 2019 Fonte: GPP, a partir de RA 1989 a 2019 e IEEA 1993 a 2016, INE; Estimativas de População Residente, INE 42 setores com maior capacidade de atração, quer pelos melhores rendimentos, quer por melhores condições globais de trabalho e o desenvolvimento da atividade agrícola em Portugal com a mecanização e modernização tecnológica têm contribuído para uma redução substancial de necessidade de mão-de-obra. Gráfico 42 – Evolução do peso (%) do número de pessoas da mão-de-obra agrícola na população residente em Portugal 1989 a 2019 Fonte: GPP, a partir de RA 1989 a 2019 e IEEA 1993 a 2016, INE; Estimativas de População Residente, INE Este efeito é demonstrado igualmente pelos níveis de produtividade do trabalho da agricultura em algumas regiões onde predominam as explorações de agricultura familiar de pequena dimensão. Estes níveis são muito pouco competitivos quando comparados com a média da economia e, por isso, têm muito pouca capacidade de assegurar rendimentos atrativos, sendo mais um fator para dificultar os processos de sucessão destes pequenos produtores. A importância do regime de trabalho da mão-de-obra agrícola total em tempo parcial apresenta um valor muito significativo, quer em 1989 (83%) quer em 2019 (84%). O mesmo não se verifica com a mão-de-obra agrícola não familiar, que no Recenseamento de 1989 se dividia em partes iguais pelos regimes parcial e completo, enquanto em 2019 os registos apontam para cerca de 2/3 em tempo completo. Gráfico 43 – Regime de duração de trabalho da mão-de- -obra agrícola em 1989 e 2019 (%) Gráfico 43 – Regime de duração de trabalho da mão-de-obra agrícola em 1989 e 2019 (%) A redução da mão-de-obra agrícola assalariada, já referida, apesar de ser menos signific apresentou uma variação de -15,1% entre 1989 e 2019, que foi mais acentuada nos grupos et mais jovens com -68,3% na faixa etária 15-24 anos e -33,2% na classe 25-34 anos. Nos grupos a dos 45 anos, a variação, embora negativa, foi inferior à total e apenas foi positiva (4,0%) na faix tar os processos de sucessão destes pequenos produtores. A importância do regime de trabalho da mão-de-obra agrícola total em tempo parcial apresenta um valor muito significativo, quer em 1989 (83%) quer em 2019 (84%). O mesmo não se verifica com a mão-de- -obra agrícola não familiar, que no Recenseamento de 1989 se dividia em partes iguais pelos regimes parcial e completo, enquanto em 2019 os registos apontam para cerca de 2/3 em tempo completo. A redução da mão-de-obra agrícola assalariada, já referida, apesar de ser menos significativa apresentou uma variação de -15,1% entre 1989 e 2019, que foi mais acentuada nos grupos etários mais jovens com ‑68,3% na faixa etária 15-24 anos e -33,2% na classe 25-34 anos. Nos grupos acima dos 45 anos, a variação, embora negativa, foi inferior à total e apenas foi positiva (4,0%) na faixa 35-44 anos. Esta variação negativa acentuada nas classes mais jovens teve reflexos na estrutura

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