Table of Contents Table of Contents
Previous Page  81 / 124 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 81 / 124 Next Page
Page Background

As novas condições de trabalho na agricultura

79

As novas condições de trabalho na agricultura

MARIA FILOMENA TEIXEIRA, MARIA DE FÁTIMA PISCO, CARLOS MONTEMOR, MANUEL MADURO ROXO

ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho

Introdução

A agricultura, a silvicultura e a pecuária, na procura

constante de melhoria da sua competitividade, vêm

sendo alvo de processos de mudança tecnológica

e organizacional acelerados cujo impacto nas rela-

ções de trabalho e nas condições de segurança e

saúde de quem ali trabalha merecem uma aten-

ção especial. O presente texto procura evidenciar

as características mais relevantes dessa mudança

para perspetivar a ação empreendida e a empreen-

der pelos atores sociais interessados em promover

a melhoria contínua das condições de trabalho da

população empregada e, por essa via, acrescer fato-

res de produtividade nas explorações agrícolas.

1. A agricultura e as relações de trabalho

Com efeito, há uma mudança significativa na natu-

reza dos riscos profissionais, associada ao incre-

mento das novas tecnologias e a novas formas de

organização do trabalho. O mercado de trabalho

está mais fragmentado, devido ao desenvolvimento

de formas contratuais de emprego: o trabalho tem-

porário, o recurso ao trabalho não declarado e à

migração de trabalhadores estrangeiros, entre

outros.

Com base neste breve enunciado, podem identifi-

car-se algumas linhas de orientação para valorizar a

prevenção dos riscos profissionais no trabalho para

os setores agrícola, pecuário e florestal, incluindo

os grupos de trabalhadores mais vulneráveis, desig-

nadamente os trabalhadores com vínculo precário

e os estrangeiros:

Estimular a contratação de trabalhadores com

base na valorização do trabalho agrícola nas

micro, pequenas e médias empresas, que têm

recursos escassos para assegurar uma boa ges-

tão da prevenção, principalmente no que diz res-

peito à avaliação de riscos e à formação dos tra-

balhadores;

Melhorar a informação e o rigor do tratamento de

dados estatísticos sobre acidentes de trabalho e

doenças profissionais para que possam ser iden-

tificadas e adotadas medidas preventivas ade-

quadas;

Prestar especial atenção à investigação em maté-

ria de exposição dos trabalhadores aos fatores de

risco profissional e conhecer as consequências

geradas por essa exposição;

Melhorar a prestação dos serviços (internos e

externos) de segurança e saúde no trabalho.