Newsletter n.º 29
29 março 2019



BREXIT - Ponto de situação das negociações

A 21-22 de março teve lugar o Conselho Europeu – No âmbito desta reunião, os líderes da UE27 decidiram na sequência da notificação do Reino Unido (RU), ao abrigo do artigo 50.º de 20 de março, o seguinte:

  • uma extensão da data de saída de 29 de março para 22 de maio de 2019, se o Acordo de Saída fosse aprovado pela Câmara dos Comuns até ao fim desta semana;
  • uma extensão até 12 de abril, se o Acordo de Saída não fosse aprovado, esperando-se nesse caso que o RU indique até essa data como pretende atuar daí em diante.

Para além destes dois prazos alternativos, o Conselho Europeu reiterou a sua intenção de não reabrir a discussão sobre o Acordo de Saída estabelecido entre a UE e o RU em novembro de 2018.

Sublinhou igualmente a necessidade da UE continuar os trabalhos de preparação e contingência a todos os níveis, para as consequências da saída do RU atendendo aos vários cenários possíveis.
 

Próximos Desenvolvimentos

O Parlamento britânico deverá ainda esta semana decidir sobre as várias alternativas/opções que se podem configurar no contexto presente (saída sem acordo, revisão do Acordo, manutenção na União Aduaneira, clarificação do entendimento para modalidade de acordo futuro com a UE, novo adiamento da saída ao abrigo do artigo 50.º).

O governo britânico apresentou na Câmara dos Comuns no dia 29 de março, uma moção para votação pela 3ª vez, do Acordo de Saída, visando uma saída ordeira do RU, com acordo.

Ao contrário das anteriores votações sobre o Acordo de Saída, a votação incidiu apenas sobre a primeira parte do acordo referente à retirada propriamente dita, que incluía, por exemplo, detalhes sobre o período de transição, garantias para os direitos dos cidadãos e o mecanismo de salvaguarda do backstop, não incidindo sobre declaração política, documento não legalmente vinculativo sobre o modelo de relacionamento futuro entre a UE e o RU.
Contudo, dado o chumbo do Acordo pela Câmara dos Comuns, as decisões decorrentes do Conselho Europeu de 21 de março aplicar-se-ão, salvo outros desenvolvimentos que possam entretanto ocorrer.

 

Dossiers
PAC | Agricultura | Florestas | Apoios e Programas | Consultas 
Conselho Ministros Agricultura e Pescas | 18 março de 2019 

Na sessão do Conselho de 18 de março, foram debatidos os pontos mais sensíveis de cada uma das propostas de Regulamento do Pacote de Reforma da PAC, tendo por base o relatório intercalar apresentado pela Presidência Romena.
  • No âmbito do Regulamento dos Planos Estratégicos, destaque para o restabelecimento das taxas máximas nas intervenções de apoio ao investimento no desenvolvimento rural e do período de transição na operacionalização dos serviços de aconselhamento. Outros elementos deverão no entanto ser melhor equacionados, nomeadamente ao nível do pagamento redistributivo, do “capping” e da elegibilidade dos investimentos.
  • No Regulamento Horizontal, sendo positiva a reintrodução do limiar da isenção no âmbito da disciplina financeira, será no entanto necessária a introdução de melhorias ao nível dos adiantamentos aos beneficiários e das condições de cooperação no desenvolvimento rural. Ao nível dos resultados, apoiando a transição para um modelo baseado no desempenho, Portugal considera no entanto haver margem para a introdução de ajustamentos.
  • No âmbito do Regulamento da OCM única, Portugal apoiou a proposta da Presidência para retomar o Status Quo da proibição de um conjunto de castas de vinha. Tendo em vista a harmonização das regras do setor em todo o mercado da UE, Portugal apresentou uma proposta para a introdução de regras sobre a rotulagem, relativas à declaração de nutrientes e à lista de ingredientes.
Ainda no âmbito do pacote PAC, os Estados Membros foram informados sobre outros temas, nomeadamente sobre a integração dos regimes ecoclimáticos nos Planos Estratégicos, matéria na qual a Comissão Europeia considera que as propostas não deverão conduzir a uma redução da ambição ambiental e climática para fazer face à necessária simplificação, devendo os esforços concentrar-se no desempenho e nos resultados.
No que se refere ao apoio associado, embora a Comissão Europeia assuma a sua manutenção, considera que a aplicação deste instrumento deve permanecer limitada, devido ao risco potencial de distorção do mercado.
 
Tendo por base a Estratégia atualizada para a Bioeconomia, a Presidência Romena colocou a debate este tema, assumido como uma prioridade. Os ministros debateram em particular a forma de utilização do potencial para impulsionar as zonas rurais e criar oportunidades para os produtos primários, garantindo uma abordagem transetorial. Consideram que as propostas para a PAC pós 2020 contemplam instrumentos para o desenvolvimento do potencial da bioeconomia. Vários Estados-Membros apoiam a sua integração nos planos estratégicos da PAC, embora devendo ser salvaguardado o peso da respetiva carga administrativa. No âmbito da implementação eficaz da bioeconomia, Portugal realçou a importância da I&i, domínio em que tem participado em atividades de financiamento de investigação transnacional.

 
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Publicações
 
OECD-FAO Agricultural Outlook 2018-2027

Esta edição conjunta da Perspetiva Agrícola da OCDE-FAO fornece projeções de mercado para as principais commodities agrícolas, biocombustíveis e pescado, bem como as perspetivas e desafios da agricultura e da pesca face à crescente dependência das importações, em particular no Médio Oriente e Norte da África, onde a escassez de terra e água aráveis restringe a produção agrícola.
Na próxima década, os preços reais dos produtos agrícolas deverão permanecer baixos, como resultado do crescimento reduzido da procura dos alimentos globais. As exportações líquidas tenderão a aumentar a partir dos países e regiões abundantes, principalmente nas Américas. Países com recursos naturais limitados, expansão lenta da produção e crescimento populacional elevado verão crescentes importações líquidas.
OECD, 2019

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The changing landscape of agricultural markets and trade: prospects for future reforms

Este relatório sintetiza o trabalho desenvolvido pela OCDE no âmbito da análise de políticas agrícolas, mercados e comércio, destacando os recentes desenvolvimentos que contribuíram para alteração da fonte e natureza dos ganhos da reforma multilateral, criando oportunidades para novas reformas.
Em grande parte, essas oportunidades visam o acréscimo da renda e do emprego por meio do aumento da participação do setor agroalimentar nas cadeias de valor globais e domésticas, podendo os países aumentar a competitividade geral de seus setores agroalimentares através de políticas comerciais mais abertas e reduzir os impactos de medidas que elevam os custos do comércio.
OECD, 2019

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Organic farming in the EU - A fast growing sector
 
Este documento da UE descreve as principais características do setor da produção biológica e as tendências de produção e consumo mais recentes, que mostram a importância que sete tipo de produtos têm assumido na última década.
 
A produção biológica é um sistema global de gestão e produção de alimentos que contribui para a preservação de recursos naturais, responde a uma procura específica do consumidor por produtos alimentares sustentáveis, promove práticas agrícolas mais sustentáveis e contribui para a proteção do meio ambiente e melhoria do bem-estar.
Esta procura crescente de produtos biológicos é acompanhada por uma produção em rápido crescimento: a área de produção biológica da UE aumentou em 70% nos últimos dez anos.
European Commission, março de 2019

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Relatório Especial n.º 04/2019: O sistema de controlo dos produtos biológicos melhorou, mas subsistem alguns desafios
 
Desde 1991 que a UE dispõe de um sistema de controlo aplicável à produção, transformação, distribuição e importação de produtos biológicos. O seu objetivo é dar aos consumidores a confiança de que as regras relativas aos produtos biológicos são aplicadas em todas as fases da cadeia de abastecimento.
O Tribunal de Contas Europeu constatou que o sistema de controlo melhorou nos últimos anos, tendo as suas recomendações sido geralmente executadas, mas subsistem alguns desafios. Formula recomendações no sentido de corrigir as insuficiências remanescentes que foram detetadas nos Estados Membros relativamente aos produtos da UE, melhorar a supervisão dos produtos biológicos importados através de uma melhor cooperação e realizar controlos de rastreabilidade mais completos.
Tribunal de Contas Europeu, 14 março 2019

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Accelerating the transition to the circular economy - improving access to finance for circular economy projects - Study
 
A transição para uma economia circular encontra-se num estágio inicial na UE. Regulamentações, mercados, ferramentas e práticas de investimento, incluindo avaliação de risco financeiro, são ajustadas a modelos de negócio lineares, não integrando a globalidade das externalidades.
Para melhorar as condições de financiamento de projetos de economia circular, o Grupo de Peritos sobre o Financiamento da Economia Circular analisou as barreiras e identificou as principais áreas onde os incentivos precisam ser fornecidos. As recomendações são dirigidas a formuladores de políticas, instituições financeiras e projetos.
European Commission, 12 março 2019

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Net-zero agriculture in 2050: how to get there?

Este relatório explora como seria o setor agrícola da União Europeia num mundo com neutralidade carbónica total, quais os papéis que desempenharia e o que é necessário para fazer a transição em meados do século. Aborda a questão se é possível alcançar a neutralidade de carbono apenas na agricultura e, em caso afirmativo, que ações e políticas são necessárias para alcançar esse ponto?
O trabalho baseia-se numa revisão de mais de 60 cenários relevantes de 18 estudos diferentes, a fim de compreender como e até que ponto as emissões da agricultura podem ser mitigadas. Utiliza a Ferramenta Roteiro da Carbon Transparency Initiative 2050 (ferramenta CTI) para explorar quatro cenários ilustrativos para testar o potencial de melhorias de eficiência, mudanças na produção volume e/ou mistura, bem como aumentar o potencial de sequestro de carbono em terras cultivadas.
Institute for European Environmental Policy (IEEP), fevereiro de 2019

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Legislação 
Diário da República / Jornal Oficial da UE
Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural | Mar | Outros
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