Cultivar_6_Comercio Internacioanl

cadernos de análise e prospetiva CULTIVAR N.º 6 NOVEMBRO 2016 94 mas e produtos alternativos, b) Incerteza finan- ceira e, em especial, da flutuação de taxas de câmbio e, c) Diminuição do investimento na eco- nomia global; • Impacto Negativo no Mercado Mundial de Bens Agrícolas em 2015 – O declínio dos pre- ços mundiais das matérias-primas energéticas teve um impacto nos preços das matérias-pri- mas agrícolas e, de forma mais ténue, nos pre- ços dos produtos agroalimentares e bebidas; • Monitorização das Medidas Restritivas e Faci- litadoras ao Comércio – Abrandamento da eli- minação de medidas restritivas e da introdução de medidas facilitadoras. Como medidas notifi- cadas, importantes para o comércio de bens agrí- colas e agroalimentares, temos as Medidas Sani- tárias e Fitossanitárias e os Obstáculos Técnicos ao Comércio que contribuem para o aumento da sua transparência; Comentários: As Grandes Tendências em termos de comér- cio Mundial (de bens) em 2015: • De 2005 a 2015, o crescimento do comércio mun- dial foi o dobro, mas apresentou um decréscimo do valor de 14% face ao período de 2012 a 2014; • O valor dos bens e serviços transacionados foi de 20.7 mil milhões (16 biliões para os bens), infe- rior ao valor médio verificado entre 2012 e 2014, período em que ocorreu um crescimento pouco significativo; • A proporção de bens transacionados no PIB caiu em 2009, mas recuperou rapidamente em 2010- 2011. Entre 2012 e 2014, este indicador diminuiu ligeiramente, acabando por registar uma queda significativa em 2015; • No entanto, em termos de volume, o comér- cio mundial continuou a crescer lentamente em 2015, 2,7%. Este crescimento esteve alinhado com o crescimento do PIB mundial, de 2,4%; • Esta evolução do comércio, em 2015, verificou- -se num contexto económico de “volatilidade e incerteza”, marcado por uma série de fato- res: desaceleração económica na China, severa recessão no Brasil, queda dos preços do petró- leo (da ordem dos 60%) e do preço de outras matérias-primas, extrema volatilidade das taxas de câmbio em resultado de políticas monetá- rias diferenciadas (a valorização do dólar favore- ceu parcialmente os países exportadores), com a desaceleração da procura na Ásia e nas econo- mias baseadas em recursos próprios e com uma procura reforçada nos Estados Unidos e na União Europeia; • Este declínio dos preços mundiais teve algum reflexo no preço das matérias-primas agrícolas ( commodities ) e também, ainda que em menor grau, no preço dos produtos agroalimentares e bebidas. As Grandes Regiões em termos de comércio Mundial (de bens) em 2015: • No primeiro semestre, registou-se uma dimi- nuição no volume de comércio afetando todas as regiões, ainda que de forma assimétrica. No segundo semestre, houve um ligeiro abran- damento deste ritmo para ambas as rúbricas, exportação e importação; • Ásia, Europa e América do Norte foram respon- sáveis por 88% do comércio de bens nos últimos dez anos. No entanto, a percentagem de expor- tações de bens das economias em desenvolvi- mento aumentou de 33% em 2005 para 42% em 2015; • China, Estados Unidos, Alemanha e Japão man- tiveram posição como principais países, tanto para exportações como importações, embora todos tivessem apresentado crescimentos nega- tivos para ambas as rubricas; • Quanto a grandes blocos, a Ásia apresentou a melhor performance nas exportações, seguida da Europa e América do Norte. A União Europeia

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