Cultivar_6_Comercio Internacioanl

11 Que modelo para o comércio internacional? JOÃO PACHECO Farm Europe O comércio internacional de produtos agrícolas e alimentares é uma questão chave para a segurança do mundo. A alimentação é uma das necessidades básicas do ser humano, e a sua garantia uma questão de sobre- vivência. Mas não só da sobrevivência do ser humano. A dis- ponibilidade de comida, em quantidade, qualidade e preço, é fundamental também para a estabili- dade social e política. Este facto foi durante muitos anos esquecido, mas even- tos recentes e que tiveram lugar bem perto das frontei- ras da União Europeia trou- xeram de volta a importân- cia da agricultura para o equilíbrio geral do mundo. A resposta à questão tema deste artigo tem pois grande relevância. Mas para que a resposta seja o mais clara possível, convém responder à questão se o modelo atual é ou não adequado. O modelo atual de comércio internacional Omodelo atual de comércio internacional foi desen- volvido desde o final da Segunda Guerra Mundial, através de sucessivas etapas. Não é uma coincidência terem os esforços de expan- são e regulação do comércio internacional come- çado logo após o fim desse terrível conflito, com a assinatura do GATT ( General Agreement on Tariffs and Trade ) em Genebra em 1947. A intenção dos 23 países signatários era de criar mais um pilar de cooperação internacional, ao lado do Banco Mundial e do Fundo Monetário Interna- cional, instituições filhas da Conferencia de Bret- ton Woods . O resultado inicial foi mais modesto, mas mesmo assim o GATT cobriu desde o início um quinto do comércio mun- dial e envolveu concessões tarifárias em 45 000 linhas (produtos). Desde o início, o modelo visava o desenvolvimento do comércio mundial através da redução da prote- ção tarifária, e da criação de regras que enquadras- sem e facilitassem a expansão do comércio. O GATT evoluiu através de várias “Rondas” de nego- ciação, até atingir um novo patamar na chamada Ronda do Uruguai, concluída em 1994. Dos 23 países iniciais, o GATT passou a ter 123 países e deu origem à Organização Mundial do Comer- cio (OMC). Desde o início, o modelo visava o desenvolvimento do comércio mundial através da redução da proteção tarifária, e da criação de regras que enquadrassem e facilitassem a expansão do comércio.

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