Cultivar_4_Tecnologia

A inovação no sector agrícola, agroalimentar e florestal no ciclo de programação 2014-2020 49 porção de recursos humanos altamente qualifica- dos, verificando-se ainda uma reduzida contrata- ção de serviços de I&D pelas empresas aos outros sectores institucionais. Em média, as empresas portuguesas dão mais importância à informação proveniente de clientes e consumidores, empresas concorrentes e associações empresariais e profissionais bem como a que tem origem em conferências, feiras e expo- sições enquanto nos outros Estados Membros da União Europeia são privilegiados o conhecimento interno da empresa/grupo, dos fornecedores de equipamento e software , dos consultores, e do sis- tema I&D. Os resultados do CIS 2010 sobre o grau de partici- pação das empresas em parcerias para a inovação indicam o valor de 26% para a média dos Estados Membros e 20% para Portugal, sendo as parcerias das empresas inovadoras em Portugal, mais fre- quentemente estabelecidas com clientes e forne- cedores do que com o sistema I&DT. Na última década o Sistema de I&D em Portugal registou um ritmo de crescimento médio anual de 8%, quer em despesa total quer quanto ao pessoal total em I&D na população ativa, confirmando a sua trajetória de convergência com a União Europeia. Em 2010, a despesa em ID&I representava 1,59% do PIB, representando mais do dobro do valor regis- tado em 2000 (0,73%). Durante este período, o sistema de I&D alterou sig- nificativamente a sua estrutura de mobilização de recursos, alargando a sua base científica e tecno- lógica, com a redução do peso dos Laboratórios do Estado e o crescimento das instituições semi- públicas, nomeadamente as Universidades, tendo- -se também verificado um crescimento da partici- pação das empresas. A produção científica cresceu de forma significativa aumentando o número de colaborações internacio- nais, tendência também verificada para as publica- ções em ciências agrárias. Considera-se que de forma genérica o sistema de investigação e inovação tem atingido as metas defi- nidas para os resultados na educação terciária, a nível das publicações e do aumento dos recursos humanos associados ao sistema. Contudo, não foram alcançadas as metas de intensificação tec- nológica da economia. Articulação dos perfis de especialização eco- nómica e científica O estudo efetuado mostra uma especialização pre- dominante em atividades de baixa ou média/baixa intensidade de tecnologia e/ou conhecimento com potencial para a exploração de economias de escala, de gama e de sinergias e externalidades positivas, privilegiando a transferência de conheci- mento e a melhoria tecnológica. Enquadram-se neste perfil de especialização as ati- vidades de indústria transformadora do setor agrí- cola classificadas nesse Diagnóstico, como de baixa ou média/baixa intensidade tecnológica e reduzida produtividade (abate de aves, alimentos para ani- mais e vinho, madeira) e de baixa ou média/baixa intensidade tecnológica e alta produtividade (leite e derivados, café e chá, cerveja, fabricação de pasta de papel, e indústria da cortiça). As coincidências verificadas entre o perfil de espe- cialização científica e as áreas de especializa- ção económica do setor agrícola, a nível nacional, potenciam a sua contribuição para a resiliência das suas atividades produtivas. É o caso da Ciência e Tecnologia Alimentar, e da Engenharia Agronómica nas atividades económicas associadas à Alimentação bem como da Ciência dos Materiais – Papel e Madeira; Silvicultura; Floresta nas atividades económicas do Papel, Mobiliário, Madeira e Cortiça (indústrias de base florestal).

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