cultivar_25_Investimento_agricultura

Evolução da dinâmica de investimento de uma exploração agrícola 93 A tendência será inevitavelmente para a multipli- cação deste tipo de contratos. De futuro, teremos grandes empresas comerciais que descem ao nível da produção primária, tentando alargar o controlo sobre a maior extensão possível da fileira produtiva. Assistiremos cada vez mais a uma absorção, por via do arrendamento (nesta fase) das pequenas e médias empresas, para a lógica de funcionamento das grandes empresas comerciais com grande capa- cidade financeira, que podem dispensar a comple- xidade processual, com os consequentes elevados custo de contexto, e o tempo excessivamente longo de financiamento do investimento através de apoios públicos na produção agroflorestal primária. Tendo em conta esta realidade, que se vai tornando cada vez mais nítida, impõe-se questionar as prio- ridades e os objetivos, bem como a complexidade processual e a função que o financiamento comuni- tário pode e deve ter no futuro, para estar verdadeira- mente ao serviço do produtor agroflorestal. Concluindo, Se não houver um trabalho efetivo de adaptação das linhas de financiamento comunitário que vá ao encontro das necessidades reais das peque- nas e médias explorações agroflorestais de modo a viabilizar o investimento; Se não houver uma simplificação burocrática da carga administrativa exigida ao longo do processo de análise, execução, controlo e pagamento dos apoios dos projetos de investimento com finan- ciamento comunitário; Se não houver uma definição clara das regras impostas e uma adaptação destas às condições de literacia e de trabalho no meio rural (empresá- rios e empreiteiros); Se não houver um esforço de aproximação e de compreensão do setor bancário em relação à precariedade financeira das pequenas e médias explorações agroflorestais e se o financiamento bancário continuar a ser concedido com base na exigência de garantias e não na valia dos projetos de investimento; Continuaremos a assistir a uma tendência cada vez mais acentuada para a verticalização das fileiras produtivas, comandadas a jusante, com a absorção dos aparelhos de produção das pequenas e médias explorações agroflorestais pelas grandes empresas comerciais.

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