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82 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 25 ABRIL 2022 – Investimento na agricultura correspondentes a apenas 20% da sua recarga anual e que ainda utilizamos abaixo das potencialidades. Estamos sozinhos neste objetivo a nível europeu. Espanha já fez o que podia fazer e retém50%das suas escorrências. Só na bacia do Tejo, estão construídas 50 barragens. No resto da Europa, os gráficos falam por si. A água não é um problema para a produção agrícola, pois coincidem condições de precipitação e temperatura ótimas para o crescimento vegetativo. Já no resto domundo as barragens são consideradas uma parte inevitável do futuro no plano do abaste- cimento às populações, no plano energético, para retenção de cheias e para a agricultura de regadio. Por vezes, é certo, com justificada oposição ambien- tal e por isso é importante a busca de um equilíbrio. Neste momento, um pouco por todo o mundo, estão já em construção 620 megabarragens e muitos milha- res estão também planeadas nos Balcãs, no Sudeste Asiático, em África, na América do Sul e noutras para- gens, além de outras obras hidráulicas de grande dimensão, como o projeto do Aquífero de Nubia na Líbia (600 000 ha), a partir de águas fósseis, ou o trans- vase do Yangtzé na China (44 000 hm3 ano) para falar em números impressionantes. Muitas destas obras terão impactos significativos, por vezes gerando con- flitos entre países na luta pela água, como a barragem do Renascimento, no Nilo (Etiópia/Egito), ou as bar- ragens na Turquia, no Bramaputra (China/Índia) ou no Mekong (Sudeste Asiático), etc. Em Portugal, não temos esse problema, pois aqui desaguam os rios mais caudalosos da Península Ibérica. A nossa opção é simples: crescimento sem impactos não é possível; há que os minimizar e controlar. Não atuarmos é uma opção, mas então poderá chegar o dia emque teremos de viver de acordo com a eficiên- cia produtiva daí resultante. Fonte: GPP a partir de Climate-Data.org Figura 6 – Gráficos termopluviométricos de algumas cidades europeias Paris Dusseldorf Bucareste Kiev