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85 Estratégia do Prado ao Prato – A conversão da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas em Rede de Informação de Sustentabilidade Agrícola CRISTIANA VAZ Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) As alterações climáticas têm sido uma preocupação constante por todo o mundo. A União Europeia (UE) tem adotado legislação ambiciosa em vários domí- nios estratégicos para cumprir os seus compromis- sos internacionais emmatéria de luta contra as alte- rações climáticas. O Pacto Ecológico Europeu ( Green Deal ) e a estratégia de crescimento da UE para um futuro sustentável fomentam o desenvolvimento da Politica Agrícola Comum (PAC) em torno de uma ar- quitetura mais ecológica e ambiental. A PAC e o Pacto Ecológico Europeu, juntamente com aEstratégiadoPradoaoPrato ( FarmtoFork ) e aEstra- tégia de Biodiversidade, pretendem reduzir 50% das perdas de nutrientes, 20% da utilização de fertilizan- tes, 50% da utilização de pesticidas, 50% das vendas de antibióticos, e aumentar em 25% a SAU em Modo de Produção Biológico, elevando ainda para 10% da SAU os elementos de diversidade da paisagem. A Politica Agrícola Comum, vinculada a outras políti- cas ambientais, tem sido renovada em cada período de programação comnovos indicadores emetas am- bientais, como parcerias ecológicas e inovadoras. É importante monitorizar e discernir, efetivamente, os efeitos desses instrumentos para permitir a avaliação das políticas. Isto implica a necessidade, cada vez maior, de estatísticas sobre o ambiente (físico, eco- lógico e socioeconómico) e a produtividade agrícola, com uma desagregação considerável de dados para permitir análises específicas para tais efeitos. Além disso, é necessário compreender como as polí- ticas influenciam o comportamento dos agricultores e as escolhas que fazem em termos de objetivos eco- nómicos vs . objetivos ambientais. É neste âmbito que é proposta, como parte da Estra- tégia do Prado ao Prato, uma nova versão da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA). Esta alargaria os seus objetivos e passaria a incluir a componente ambiental e social na recolha de in- formação. Assim, seria possível aferir o desempenho das explorações agrícolas, recolhendo indicadores que permitam avaliar as novas metas ambientais e sociais propostas pela Comissão Europeia na se- quência das novas estratégias já apresentadas, e conceder aconselhamento e orientação personali- zados aos agricultores de forma a tornarem as suas explorações mais sustentáveis a vários níveis.

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