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10 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 23 AGOSTO 2021 monizada a nível europeu para garantir a qualidade e comparabilidade dos dados obtidos. No primeiro artigo do GPP, João Reis faz uma revisão da literatura existente no que toca às diferentes abor- dagens metodológicas para análise das interações entre o ser humano e o ambiente nos ecossistemas e nas paisagens seminaturais e cultivados, cobrindo conceitos e funções relacionados e suas vantagens e limitações. Apesar das divergências nas abordagens, a evolução do conhecimento sobre a complexidade dessas interações tem sido de particular relevância para os processos de decisão, designadamente, na avaliação dos impactos das políticas. Cristiana Vaz, também do GPP, apresenta num breve artigo os aspetos mais relevantes da proposta da Comissão Europeia, incluída na Estratégia do Prado ao Prato, para a conversão da Rede de Informação de Contabilidades Agrícolas (RICA), um instrumento fundamental na avaliação de políticas, numa Rede de Informação de Sustentabilidade Agrícola (RISA). Esta conversão prevê a inclusão de novos indicado- res e metodologias que permitam obter uma ima- gem mais precisa e real das explorações agrícolas da União Europeia, o que conduzirá, por sua vez, a políticas mais bem direcionadas e mais eficazes. Finalmente, na secção Leituras, é feita uma análise detalhada da proposta de Regulamento dos Planos Estratégicos da PAC (PEPAC) e respetivos indicado- res, uma avaliação das interligações entre o Pacto Ecológico Europeu ( Green Deal ) e a PAC na sua nova Arquitetura Verde, uma reflexão sobre o muito com- pleto estudo financiado pela Comissão Europeia O futuro da pecuária na UE: como contribuir para um setor agrícola sustentável? , e uma breve apresenta- ção da iniciativa francesa no âmbito das Nações Uni- das, 4 por mil, que se centra no solo. gestão do recurso solo, por oposição às técnicas de mobilização ainda hoje maioritariamente utilizadas. Esses efeitos manifestam-se em termos ambientais (solo, ar, água), económicos (redução de custos sem perda de produtividade) e sociais (maior sustentabi- lidade da atividade, redução do tempo de trabalho, maior formação do agricultor). Os autores apresen- tam depois diversos projetos em que estiveram e estão envolvidos, para os quais foram gerados indi- cadores para medir cada um destes efeitos. Olga Moreira e José Santos Silva, do INIAV, começam por enquadrar os efeitos positivos e negativos da produção animal a diversos níveis, comerciais, nu- tricionais, sociais, económicos, ambientais, centran- do-se neste último aspeto. Fazem depois uma des- crição do processo de metabolização dos alimentos nos ruminantes, para então apresentarem as estra- tégias em curso para redução de emissões no setor. Referem o papel do INIAV nestas estratégias, expli- cando em particular a utilização, pioneira em Portu- gal, da unidade GreenFeed, que mede emissões em função da dieta animal. Depois de referirem ainda a importância de uma gestão eficiente de estrumes/ efluentes associada a uma alimentação de precisão, concluem sublinhando a necessidade de mais ino- vação e esclarecimento dos consumidores. No artigo de Carlos Carvalho, é feita uma resenha das metas e dos indicadores criados no âmbito do sistema europeu de informação estatística que permitirão monitorizar os objetivos traçados pelo Pacto Ecológico Europeu e estratégias relacionadas. Analisam-se assim alguns dos resultados obtidos para Portugal e União Europeia em matéria de agri- cultura biológica, fertilizantes inorgânicos, balanços de nutrientes, produtos fitofarmacêuticos e emissão de gases com efeito de estufa (GEE). O autor conclui sublinhando a importância de uma informação har-

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