Cultivar_2_O solo

84 evolução da ocupação do solo florestal de Portu- gal continental com início em 1874. Nesta série in- tegram-se diversas fontes e os vários inventários florestais nacionais. Na sua análise, é dado especi- al destaque aos resultados preliminares das áreas das classes de uso/ocupação do solo produzidos no âmbito do 6.º Inventário Florestal Nacional (IFN6), na medida em que correspondem à informação mais atual e pormenorizada disponível. A análise desta série permite, não só descrever a evolução da ocupação florestal do território con- tinental ao longo de mais de um século, mas tam- bém, quantificar as taxas de alteração de modo a definir um cenário prospetivo da evolução do co- berto florestal até 2050. À data desta nota, os resultados disponíveis do IFN6 permitem-nos ir somente até ao ano de 2010 e focar apenas na dinâmica da alteração da ocu- pação do solo. Contudo, o ICNF prevê para breve a atualização da informação de uso/ocupação do solo para o ano de 2015, assim como a divulgação dos resultados da caracterização biométrica dos povoamentos florestais, essenciais para analisar a sustentabilidade da floresta nacional, a sua capa- cidade de abastecimento industrial e energético, assim como o seu papel na mitigação das altera- ções climáticas. 2. Resumo • O uso florestal do solo é o uso dominante do território continental (35,4% em 2010); • A área florestal aumentou extraordinari- amente durante o século XX, mas encon- tra-se em recessão deste 1995. Durante o período 1995 a 2010, a perda de área cor- respondeu a uma taxa de perda líquida de -0,3% por ano; • No período 1995-2010 o uso agrícola do solo apresentou uma diminuição acentua- da (-12%) e os espaços urbanos apresenta- ram um aumento de 35%, mais significativo no período 1995 a 2005 (26%), mais reduzi- do entre 2005 -2010 (7%); • O coberto florestal português é desde os anos 80 dominado por 3 espécies princi- pais: pinheiro-bravo; sobreiro e eucalipto 2 . Em 2010, a principal espécie em termos de área ocupada é o eucalipto (812 mil ha), o sobreiro a segunda (737 mil ha), seguido do pinheiro-bravo (714 mil ha); • A área de pinheiro-bravo encontra-se em diminuição acentuada desde a década de 1980 A área total pinheiro-bravo diminui 263mil ha entre 1995 e 2010 (17mil ha /ano). No mesmo período, a área total de eucalip- to aumentou 13% e a área de sobreiro apre- sentou-se sensivelmente estável. Embora com menor expressão em termos de área total, verificou-se um aumento significativo das áreas arborizadas com pinheiro-manso (+54%) e castanheiro (+48%); • Num cenário prospectivo para 2050 de ma- nutenção das tendências de alteração da ocupação florestal (“ business-as-usual ”), verifica-se que existirão alterações signifi- cativas e impactantes na área total de flo- resta e da composição do coberto florestal; • As políticas públicas e as estratégias das fileiras florestais assumem um papel fun- damental para contrariar a tendência de perda de área de floresta e assegurar um desenvolvimento equilibrado da ocupação florestal do território nacional. 3. Análise da informação 3.1. Evolução da área de floresta No Gráfico 1 apresenta-se a evolução da área de floresta desde o final do séculoXIX, tendo a pri- meira avaliação da área de floresta em Portugal 2 Agrupam-se nesta categoria várias espécies dos géneros Eucalyptus e Corymbia , com larga predominância do Eucalyptus globulus .

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