Cultivar_2_O solo

64 sendo estas atividades e as suas dinâmicas de grande importância na boa gestão deste recurso. O Inquérito à Estrutura das Explorações Agrí- colas de 2013 mostra que, em particular, os agri- cultores são responsáveis pela gestão de cerca de 4,5 milhões de hectares de superfície (cerca de 50% do território) dos quais, 3,5 milhões de hec- tares são de Superfície Agrícola Utilizada (SAU). No entanto, as realidades regionais são muito distintas (peso no território que varia entre 10% e 70%) em resultado, nomeadamente, da impor- tância da atividade florestal, da concentração/ dispersão da propriedade e das características do solo, que levaram igualmente a evoluções di- ferenciadas. As explorações de grandes dimensões, com mais de 50 hectares, gerem 68% da SAU en- quanto as explorações de pequena dimensão re- presentam 72% do total das explorações. Estas características têm conhecido evoluções con- trastadas: diminuição de 62% das explorações de pequenas e 36% das de médias dimensões, en- quanto as explorações de maior dimensão regis- taram um aumento 13%. As pastagens permanentes representam cer- ca de metade da SAU, as terras aráveis menos de 1/3 e as culturas permanentes 20%, sendo este predomínio das pastagens em detrimento das terras aráveis o resultado de um processo lon- go no tempo mas que se tornou mais visível nos últimos 15 anos. Em termos de ocupação cultu- ral, verificou-se uma quebra muito acentuada e generalizada da área ocupada com terras ará- veis (-54% entre 1989 e 2013), uma vez que gran- de parte dessa área foi convertida em pastagem permanente. O IEEA2013 parece mostrar que as dinâmicas mais recentes estão menos acentuadas, verifi- cando-se uma quase estabilização da SAU face a 2009 (-0,7%) com uma recuperação das culturas permanentes para os níveis de 1999. O desenvolvimento económico e tecnológico e as políticas públicas que o acompanham con- duzem, de modo geral, a uma reafectação de re- cursos que implica a diminuição da importância relativa da atividade agrícola, mais acentuada em termos de variáveis económicas (como o produto e o emprego) do que físicas (como a ocupação do solo). A concorrência intrassectorial, mais intensa quando a agricultura portuguesa se integra em es- paços económicos cada vez mais vastos, tem ele- mentos que levamà concentração da propriedade. Estas são dinâmicas de longo prazo, comuns aos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que se verificaram igualmente em Portugal. No entanto, estas tendências foram regionalmente diversificadas em função do tipo de solos e da es- trutura histórica da propriedade. Onde existia estrutura fundiária com dimen- são suficiente para suportar um processo de exten- sificação, os solos mais pobres foram integrados na SAU com utilização na pastorícia. Entre 1989 e 2013, no Alentejo, verificou-se um aumento de 5% da superfície agrícola utilizada entre 1989 e 2013. Já a Beira Litoral apresenta quebras naSAUde qua- se 50% e o Entre Douro e Minho e o Algarve que- bras de 33% e 26% respetivamente. Numa análise mais fina, verifica-se que em al- guns casos, em que associada à estrutura fundi- ária, a existência de disponibilidade de água ou a especialização e modernização de culturas tradici- onais, levaram ao aparecimento de novas explora- ções com elevado potencial produtivo, de que são exemplo as novas áreas de modernos olivais e vi- nhas noAlentejo eTrás-os-Montes. 3. Análise da informação 3.1. Ocupação doTerritório de Portugal Continental O território de Portugal continental ocupa cer- ca de 8,9 milhões de hectares.

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