Cultivar_2_O solo

22 síveis em matéria orgânica será um instrumento essencial para enfrentar os diferentes desafios mencionados.Valorizar este potencial é o objetivo da mobilização promovida pela França através da iniciativa “ 4‰: solos para a segurança alimentar e o clima” , que será oficialmente lançada durante a Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP21), que terá lugar em Paris em dezembro de 2015. I. Os solos na interface entre meio ambiente e produção agrícola O solo, e em particular a matéria orgânica que o constitui, participa em quatro grandes serviços ecossistémicos: resistência à erosão, retenção da água, fertilidade das plantas e biodiversidade. Solos: filtros da poluição O solo tem um poder purificador e filtrante so- bre todos os outros meios com os quais se rela- ciona: a água, a atmosfera, a biosfera, as águas superficiais e subterrâneas, o subsolo. O solo ar- mazena, degrada, filtra e, em última análise, limi- ta as transferências entre estes meios de muitos produtos disseminados. Os solos mais ricos em matéria orgânica têm uma maior atividade bioló- gica, permitindo assim reduzir a poluição. Solos: reservatórios naturais de água O solo desempenha um papel importante no ciclo da água, constituindo antes de mais uma reserva para as plantas e os seres vivos que nele estão presentes. Certos solos situados em zonas húmidas, devido à sua significativa capacida- de de retenção de água, funcionam como zonas tampão no escoamento das águas. A capacidade de retenção de água de um solo depende não só da sua natureza (estrutura, profundidade, textu- ra), mas também da sua qualidade e da maneira como é cultivado. Os solos mais ricos emmatéria orgânica são aqueles que retêm água com maior eficácia. Solos: reservatórios de biodiversidade O solo é o suporte da biodiversidade terrestre, quer esta seja visível ou não. As comunidades exis- tentes no solo apresentam uma profusão de for- mas de vida e de funções, constituindo uma parte importante da biomassa e da biodiversidade da Terra (de 100 000 a um milhão de espécies dife- rentes de bactérias por grama de solo). São simul- taneamente os “químicos”, os “reguladores” e os “engenheiros” que garantem a boa saúde do solo. Os solos mais ricos em matéria orgânica são san- tuários de biodiversidade. Solos: agentes no combate às alterações climáticas Os solos desempenham um papel importante na regulação dos fluxos de gases com efeito de es- tufa e estão envolvidos nos processos de emissão e absorção. As reservas de carbono no solo até 30 centímetros de profundidade representam cerca de 0,8-1 biliões de toneladas de carbono, o que ilustra bem o facto de que as práticas de gestão dos solos são um elemento-chave para o equilí- brio global do carbono. Uma variação, mesmo ín- fima, destas reservas - duas vezes superiores às da atmosfera – constitui um instrumento importan- te para participar no cumprimento do objetivo de longo prazo de limitar o aumento da temperatura a +1,5/2°C. As práticas agrícolas tornam-se assim complementos importantes de outras políticas setoriais (transportes, energia, urbanismo, etc.) na redução dos gases com efeito de estufa. Os solos podem também participar na adap- tação da agricultura aos impactos das alterações climáticas: solos mais ricos em matéria orgânica são mais resistentes à erosão e retêmmais eficaz- mente a água, sobretudo durante eventos extre- mos como as secas. Solos: suporte da produção agrícola Uma das principais funções do solo é a produ- ção de biomassa. Efetivamente, o solo funciona como suporte e meio nutriente para as plantas, e

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