Cultivar_2_O solo

10 Uma nota final para uma referência a um objetivo da Cultivar que se prende com a apresentação de fontes estatísticas que utilizamos nas nossas análises. As diversas fontes têm limitações, em particular, de representatividade, de atualidade temporal, de carácter provisório/definitivo, de metodologia, con- têm resultados aparentemente diferentes sobre temáticas idênticas, pelo que devem ser bem enqua- dradas nos estudos em que são usadas. No primeiro número da Cultivar apresentámos um conjunto de aspetos a tomar em conta na leitura das Contas Económicas da Agricultura e métodos para ultrapassar algumas limitações. Neste núme- ro, Francisco Avillez/Mário de Carvalho adotam outros métodos para resolverem as condicionantes re- sultantes das dificuldades de delimitação agricultura/indústria/serviços, pelo que os resultados sobre o produto agrícola não são idênticos aos apresentados anteriormente. Neste número, chamamos a atenção para os conceitos usados nas várias fontes que se utilizaram para descrever o uso do solo com resultados, por vezes aparentemente contraditórios 2 : Recenseamen- tos Agrícolas e Inquéritos às Estruturas das Explorações Agrícolas (INE), Inventário Florestal Nacional (ICNF), Statistics on Agriculture: farm managment and farm practices (Eurostat), LANDYN Alterações de uso e ocupação do solo em Portugal Continental: caracterização, forças motrizes e cenários futuros (DGT), conceitos próprios criados pelos autores (Francisco Ónega López, Francisco Avillez). 2 “Os agricultores são responsáveis pela gestão 50,4% doTerritório”; “O uso florestal do solo é o uso dominante do território con- tinental (35,4% em 2010)”; “O uso agrícola do solo é a classe que apresentou uma maior diminuição neste período (-12%)”; “a SAU decresceu cerca de 9% de 1989 até 2013 (0,4% entre 2009 e 2013)”; “A superfície agrícola cultivada (SAC) nacional que era, em 1995, de cerca de 3,6 milhões de hectares era de apenas 2,3 milhões de hectares em 2013”. Para além das discrepâncias temporais, das atu- alizações de dados, do modo de obtenção da informação (fotografia aérea, visita ao local, amostra ou universo) uma parte da explica- ção encontra-se nas diferentes formas de lidar com o facto de, frequentemente, o mesmo solo ter usos diferentes em simultâneo. É nomeadamente o caso da agricultura e da floresta, havendo uma parte substancial de agricultura que é realizada em superfícies com árvores. Outra dificuldade importante prende-se com a diferenciação entre floresta, matos, pastagens e pousios. O conceito de agri- cultura não é idêntico nas várias fontes, incluindo nalguns casos a pecuária mas noutros esta atividade é classificada à parte.

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