CULTIVAR 1 - Volatilidade dos Mercados Agrícolas

108 parcial (políticas & preços) & hidrológico (sistemas hídri- cos & stress hídrico)) que incorpora dados resultantes da aplicação aos cenários tipificados de modelos biofísicos de culturas 5 . Os resultados deste estudo mostram que nos cenários climáticos mais negativos a produtividade de culturas de alimentos críticos pode baixar emmais de 30% em algumas regiões até 2050. Assim, e com vista a identificar medidas de adaptação a recomendar, os auto- res desenvolveram novas projeções do modelo para cin- co cenários adicionais orientados ao desenvolvimento de variedades de culturas mais tolerantes ao calor e à seca (I&D agrícola: desenvolver tecnologia & transferir tecno- logia)e de estratégias para rega (gestão da água: rega efi- ciente; expansão da infraestrutura de rega; combinação das duas práticas) 6 . Qualquer um dos cenários de adap- tação aponta para incrementos de produtividade e redu- ções nos preços mundiais das principais culturas, e ainda para efeitos indiretos a nível de alteração dos padrões de plantio, da alocação de terras e de seleção de culturas. Independentemente dos sinais positivos em mitiga- ção que resultarão do investimento para adaptação dos países da OCDE, o estudo também evidencia que de tal não são esperadas repercussões significativas para a se- gurança alimentar nos países em desenvolvimento en- quanto não resultar em grandes alterações nos preços. A avaliação efetuada pelos autores para a determinação dos custos de adaptação, em metodologia baseada na do Banco Mundial 7 e aplicada aos países da OCDE para duas medidas de adaptação (I&D e equipamentos de rega mais eficiente), aponta para a necessidade de in- vestimentos (públicos & privados) que variam entre os 16 e 20 mil milhões de dólares por ano (custo total), po- dendo ser mais elevado semedidas demitigação não fo- rem entretanto implementadas. utilização dos seus resultados atenda ao contexto em que são produzidos (limitações dos modelos, insufici- ência de informação relevante, agregação regional, etc.), tem dados de interesse na caracterização (glo- bais, OCDE e nacional), nas abordagens aplicadas e na análise de fatores determinantes ao suporte à decisão para a tomada de opções estratégicas para adaptação climática. Nesta medida desafiam a: • Aplicar o exercício ao contexto nacional para ganho robustez na análise, sempre que possível com dados nacionais; • Ponderar a importância da definição de priori- dades de alinhamento de políticas entre áreas determinantes para adaptação na agricultura (I&D e água), com vista à criação duma dinâmi- ca mais facilitada e técnica e financeiramente mais eficaz. 3 RCP 8.5, Representative Concentration Pathway 8.5, http://sedac.ipcc-data.org/ddc/ar5_scenario_process/RCPs.html ; IPSL, Insti- tute Pierre Simone Laplace , http://igcmg.ipsl.jussieu.fr/Doc/IPSLCM4/ ; Hadley, Hadley Centre Global Environmental Model , http://www. metoffice.gov.uk/research/modelling-systems/unified-model/climate-models/hadgem1 4 IMPACT, International Model for Policy Analysis of Agricultural Commodities and Trade, http://www.ifpri.org/book-751/ourwork/ program/impact-model. 5 DSSAT, Decision Support System for AgrotechnologyTransfer , http://www.ifdc.org/expertise/decision-support-tools/decision-sup- port-system-for-agrotechnology-transfe; LPJmL, Lund–Potsdam–Jena managed Land, https://www.pik-potsdam.de/research/pro- jects/activities/biosphere-water-modelling/lpjml. 6 OECD (2008), Economic Aspects of Adaptation to Climate Change: Costs, Benefits and Policy Instruments , http://dx.doi. org/10.1787/9789264046214-en; OECD (2012a), Adaptation and innovation: an analysis of crop biotechnology patent data , http://dx.doi . org/10.1787/19970900-en; OECD (2012b), Global irrigation water demand projections to 2050: An analysis of convergences and divergen- ces , COM/TAD/CA/ENV/EPOC/WPBWE(2012)2/FINAL-en 7 EACC study, Economics of Adaptation to Climate Change http://www.worldbank.org/en/news/feature/2011/06/06/economics- -adaptation-climate-change. COMENTÁRIOS: OdocumentoOCDE é especialmente relevante para Portugal uma vez que, evidenciando elementos alinha- dos com o diagnóstico e recomendações produzidos no âmbito da Estratégia deAdaptação daAgricultura e das Florestas às Alterações Climáticas – Portugal Continen- tal (MAMAOT, 2013), será ferramenta útil à reavaliação em curso para uma melhor integração das medidas de- lineadas com as restantes medidas setoriais nacionais e com as projeções das emissões de carbono (2010-2050) para a agricultura, a floresta e o uso dos solos emPortu- gal desenvolvidas em estudo de suporte ao Roteiro Na- cional do Baixo Carbono (AGROGES, 2012). Apesar da complexidade das componentes em análise no estudo OCDE e das incertezas que lhe es- tão associadas, incluindo as decorrentes de diferen- ças geográficas não captadas pela escala do estudo, e das cuidadas recomendações dos autores para que a

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