Livro do Centenário do Ministério da Agricultura

A MEMÓRIA E OS TEMPOS // 11 // MOTIVAÇÃO 1. UM PERCURSO 100 anos na vida de uma instituição possibilitam várias leituras da mesma. Tal é o caso do Mi- nistério da Agricultura, mas é também o caso de quem se lança a escrever uma Memória dos tempos decorridos desde a criação do Ministério, em 1918, até ao presente (2017-2018). É que tudo parece mais claro, quando se contam 43 anos de vida profissional decorridos entre 1951, com a minha entrada na Junta de Colonização Interna, da Secretaria de Estado da Agricul- tura, e a minha saída, em 1994, do Ministério da Agricultura, ao ter sido alcançado pelo limite de idade (os 70 anos). Nesta situação, e até à data, não “arrumei as botas”. Muito simplesmente, continuei interessado nos temas da Agricultura, e não baixando os braços, fui atualizando os conhecimentos. Não refiro isto para captar elogios ou louvores. Tem sido assim, escrevendo umas linhas, a minha maneira simples de me manter vivo! Até que… Eu próprio não nasci em 1918: sou, na verdade, seis anos mais novo do que o Ministério… Assim, naquilo que aconteceu no Ministério da Agricultura até à minha experiência vivida, vou recorrer às narrações e aos testemunhos escritos de quantos, com mais mérito, analisaram factos que são já históricos. A partir de 1951, porém, o essencial desta Memória, assentará na minha vivência e, agora, nas minhas recordações sobre factos e acontecimentos por mim pre- senciados e, em alguns casos, por mim vividos. Daqui as minhas recordações daquilo que aconteceu no Ministério e nos seus serviços enquanto lá estive: – No período de 1951 a 1955, na Junta de Colonização Interna ( JCI). E nesta, traba- lhando em pleno campo, na Carta dos Solos – desde o Baixo Alentejo até ao Alto Alen- tejo, e do Sudoeste alentejano à Península de Setúbal. – A seguir, entre 1956 e fins de 1964, como Delegado da JCI no distrito de Beja, para a execução da Lei dos Melhoramentos Agrícolas: avaliação e/ou conceção de projetos de benfeitorias (ou seja, obras de valorização fundiária, nas explorações agrícolas); seu fi- nanciamento e fiscalização das obras aprovadas. No decurso destes oito anos, o traba- lho foi também partilhado com os delegados da JCI dos distritos Trás-os-Montes, de Faro, Évora e Setúbal. – Cumulativamente com o trabalho anterior, fui o representante da JCI no Grupo de

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