Cultivar_28

66 CADERNOS DE ANÁLISE E PROSPETIVA CULTIVAR N.º 28 JUNHO 2023 – Estruturas agrárias ganho de 151 mil hectares de SAU em culturas permanentes, associado a novos investimentos de olival, amendoal e pomares, bem como o incremento de 916 mil em pastagens permanentes, no Alentejo, permitindo um ganho absoluto de 291 mil hectares de superfície agrícola em 2019 por comparação com 1989. O Quadro 9 apresenta estes ganhos e perdas de superfície por tipo de cultura, onde podemos constatar o aumento da superfície de culturas permanentes com a variação positiva do olival, frutos de casca rija e frutos subtropicais, a redução da área das culturas temporárias de cereais para grão, forrageiras e hortícolas e o aumento dos vários tipos de prados e pastagens permanentes. 6. Superfície florestal nas explorações agrícolas A floresta nas explorações agrícolas ocupa 1,8 milhões de hectares, que correspondem a 35,2% do total de superfície gerida pelas explorações. Esta área florestal distribui-se em dois tipos: a que não tem SAU sob coberto de matas e florestas ocupa 966 mil hectares (18,9% da superfície, era 18,4% em 1989), disseminada por todo o território do Continente e é composta predominantemente por pinheiro bravo e eucalipto; e a que tem SAU sob coberto de matas e florestas totaliza 838 mil hectares (16,3% da superfície, era 6,9% em 1989), encontra-se sobretudo no Alentejo, é composta essencialmente por montados de sobro e azinho (Figura 10) e constituída por pastagens naturais, ou seja, não melhoradas. Analisando a distribuição destes dois tipos de área florestal segundo a classe de dimensão económica das explorações agrícolas, verificam-se variações bem distintas: as áreas florestais com SAU sob coberto existem quase exclusivamente nas explorações de média e grande dimensão (cerca de 87% do total, das quais 22% nas de média dimensão e 65% nas de grande). As áreas florestais sem SAU sob coberto predominam nas explorações de muito pequena dimensão (aproximadamente 38%). A proporção da área de sob coberto de matas e floresta representa aproximadamente um terço no total da superfície das explorações agrícolas em cada uma das categorias de dimensão económica, mas com maior significado nas de pequena dimensão (39%) como consequência da predominância das áreas sem SAU, seguida pelas de grande dimensão (36%). Como já foi mencionado, o Alentejo concentra uma parte bastante significativa da área com SAU sob coberto de matos e florestas, ascendendo a 84% do total desta e metade da superfície sob coberto de Quadro 10 – Superfície agrícola por tipo de cultura em 2019 Tipo cultura ha % Variação 1989-2019 (%) Superfície culturas permanentes Olival 377 234 43,8% 10,8 Frutos de casca rija 228 707 26,6% 209,6 Vinha 173 254 20,1% -34,9 Frutos frescos (excepto citrinos) 51 674 6,0% -32,2 Citrinos 19 613 2,3% -26,7 Frutos sub-tropicais 7 702 0,9% 152,8 Outras culturas permanentes 2 477 0,3% -6,3 Total 860 661 100% 9,0 Superfície culturas temporárias Culturas forrageiras 433 044 48,7% -25,1 Cereais para grão 234 599 26,4% -74,0 Prados temporários 120 576 13,6% 62,4 Culturas hortícolas 51 996 5,9% -17,2 Outras* 48 170 5,4% -82,7 Total 888 385 100% -52,5 Superfície prados e pastagens permanentes Em terra limpa 1 153 954 55,1% 34,8 Sob-coberto de matas e florestas 837 829 40,0% 76,9 Não produtivos em Regime de Pagamento Único (RPU) 58 665 2,8% -83,9 Sob-coberto de culturas permanentes 43 841 2,1% 139,3 Total 2 094 289 100% 22,3 * Inclui leguminosas secas para grão, batata, culturas industriais, flores e plantas ornamentais e outras culturas temporárias

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