Cultivar_28

Tipologia territorial de base agrícola – A estrutura das explorações agrícolas do RA 2019 101 Com o intuito de se proceder a uma análise mais aprofundada que espelhe, de forma detalhada, a organização do território em função das suas características estruturais agrícolas, foram criados cinco perfis territoriais, utilizando, para o efeito, dados dos indicadores de natureza económica, de natureza social e humana e de natureza ambiental e de ocupação do território, já descritos acima. Neste quadro, a definição e a caracterização destes perfis partiu da análise dos resultados dos centros finais de cada um dos indicadores que melhor caracterizam cada território, por comparação com os restantes territórios. Território 1 O Território1 caracteriza-se por ser marcadamente mais jovem, quer ao nível da população em geral, em que a faixa etária com menos de 25 anos tem uma importância significativa no total da população residente, quer ao nível dos produtores agrícolas, onde se verifica que os produtores com menos de 40 anos têm, em termos relativos, um peso mais relevante, o que evidencia, de igual forma, uma estrutura etária agrícola mais favorável. Caracteriza-se igualmente por uma agricultura mais integrada com outros setores da economia, o que é evidenciado pelo facto de a principal fonte de rendimento do agregado familiar do produtor provir dos setores secundário e terciário, onde está naturalmente mais sujeito à concorrência intersetorial. Destaca-se ainda por ser uma agricultura onde as explorações de maior dimensão dão um maior contributo à produção de bens agrícolas, bem como pela elevada importância da superfície irrigável. Concentrando-se, em larga medida, em volta de aglomerados urbanos, estes territórios possuem, no que diz respeito à ocupação do solo, poucos povoamentos agroflorestais, matos e pastagens espontâneas, bem como superfície extensiva (que engloba as pastagens pobres, pousio e olival tradicional). Território 2 Localizando-se, maioritariamente, na região do Alentejo, e em parte na Beira Interior Sul, é neste território que a agricultura possui uma maior expressão territorial, facto passível de ser observado através do expressivo peso da Superfície Agrícola Utilizada (SAU) na superfície territorial, bem como da variação da mesma, de 1989 a 2019. Este é o único território onde este indicador apresenta um peso importante, tendo-se verificado um aumento considerável da SAU, em comparação com os outros territórios. A produtividade da terra é aqui baixa e os sistemas extensivos têm forte expressão territorial. No que concerne à extensão das explorações, estas possuem uma grande dimensão física, sendo a produção assegurada com maior relevância por explorações de grande dimensão económica. É também o território onde a natureza jurídica das explorações agrícolas como entidades ou pessoas coletivas (sociedades, baldios ou outras formas de natureza jurídica) tem maior expressão, apresentando-se a estrutura etária dos produtores agrícolas como a mais favorável. Território 3 Este território caracteriza-se por ser uma zona de transição entre o Território 1 e os Territórios 4 e 5. Assim, em termos globais, apresenta algumas características do primeiro, como a jovem estrutura etária da população global (<25 anos), uma elevada integração da população agrícola com os setores secundário e terciário, ou um elevado peso da superfície irrigável. Distingue-se do Território 1 por a produção de bens assegurada pelas explorações de grande dimensão económica ser bastante menor, o que resulta igualmente de a dimensão económica das explorações e a produtividade do trabalho serem mais reduzidas, e ainda de uma maior expressão da ocupação da superfície por povoamentos florestais e de agricultores mais envelhecidos. Este território caracteriza-se por ter a estrutura física das explorações mais baixa (menor SAU média).

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